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Item Teleatendimento como alternativa para tratamento da depressão: uma revisão sistemática(2021) MAGALHÃES, Renata Cristina Perez deIntrodução: O presente estudo objetivou realizar uma revisão sistemática avaliando a eficácia da telemedicina para o tratamento da depressão. No momento, não existe nenhuma revisão sistemática que avalie esse método com foco no tratamento da depressão. Objetivo: comparar a eficácia do tratamento da depressão por telemedicina com o tratamento convencional pessoalmente. Método: foram encontrados 759 estudos nas 3 bases de dados pesquisadas com os descritores selecionados. Dentre estes, foram verificadas as metodologias e o risco de viés e foram selecionados 6 estudos para a revisão de literatura. Amostra do estudo: foram avaliados 6 ensaios clínicos randomizados que unidos traziam uma população de 1665 pessoas. Resultados: Os estudos aplicavam tratamentos diferentes mas todos compararam os mesmos tratamentos de forma presencial e por telemedicina. Edge et al encontrou que o atendimento remoto se mostrou inferior ao presencial no final do tratamento. Fortney et al relatou melhores taxas de resposta no grupo remoto. Luxton et al chegou a resultados inconclusivos sobre a inferioridade do tratamento remoto. Mohr et al não referiu diferenças significativas entre os dois grupos de tratamento. O’Reilly et al mostrou resultados de equivalência entre a telemedicina e o tratamento presencial. E Ruskin et al também não relatou diferença entre os dois grupos nos índices de resposta ao tratamento. Conclusão: Os estudos empregados nesta revisão mostram equivalência entre os dois métodos, sendo que Fortney et al ainda referiu superioridade do tratamento remoto e Mohr et al referiu menor atrito deste mesmo. Sendo assim, a telemedicina demonstra ser uma estratégia equivalente para o tratamento dos pacientes depressivos.Item Biomarcadores inflamatórios e imunológicos associados ao prognóstico de pacientes infectados por SARS-COV-2: uma revisão sistemática.(2021) SILVA, Roberta Rocha de Figueiredo eSARS-CoV, o SARS-CoV-2, agente etiológico da doença COVID-19. Desde então, essa nova enfermidade afetou mais de 200 milhões de pessoas ao redor do mundo, com pacientes assintomáticos até quadros graves e óbitos. Inúmeros estudos sugerem uma associação entre a hipercitocinemia e elevação de outros biomarcadores inflamatórios e imunológicos com quadros mais graves da doença. OBJETIVO. Descrever os marcadores imunológicos e inflamatórios com capacidade preditora para o prognóstico de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2. MÉTODO. Trata-se de uma revisão sistemática. No período de 13 de março a 23 de março de 2021, foram buscadas manualmente e nas bases de dados PubMed e Lilacs os descritores padronizados a fim de identificar os estudos de interesse. Foram inclusos apenas estudos observacionais publicados entre 2019 e 2021 em inglês que analisaram indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2, de qualquer sexo e idade. As variáveis de interesse dessa revisão foram sexo, idade e biomarcadores imunológicos (IL-1β, IL-5, IL-6, IL-8, IL-10, TNF-α, IFN-γ, CCL2 e PCR). Para análise da qualidade metodológica dos artigos, foi utilizada a ferramenta STROBE, com nota de corte de 16 pontos. RESULTADOS. Nove estudos fizeram parte dessa revisão sistemática após análise dos critérios de inclusão e exclusão e da qualidade metodológica. Com base no observado nos resultados, a média de idade mais elevada e maior frequência dos indivíduos do sexo masculino foi observada no grupo grave. No que diz respeito aos biomarcadores imunológicos e inflamatórios analisados, a PCR e a IL-6 foram os fatores que demonstraram de forma unânime em todos os estudos maiores níveis sérios em pacientes do grupo grave do que não grave, o que sugere uma maior capacidade de preditora para o pior prognóstico de indivíduos com COVID-19. Marcadores como IL-10, TNF-α e IL-8 não demonstraram uniformidade nos dados dos estudos analisados. Contudo, ainda assim demonstram possuir certo grau de predição de gravidade dos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2, uma vez que foi verificada uma diferença estatisticamente significante no grupo de maior gravidade do que no grupo não grave em alguns dos estudos incluídos nessa revisão que abordaram tais biomarcadores. Por outro lado, IL-5, IL-1β, CCL2 e IFN-γ não demonstraram significância estatística na comparação dos seus valores nos dois grupos na maioria dos estudos. CONCLUSÃO. Concluiu-se nessa revisão sistemática que fatores como idade, sexo e os biomarcadores inflamatórios e imunológicos como a PCR, IL-6 demonstraram maiores evidências com relação a associação ao pior prognóstico de pacientes infectados por SARS-CoV-2. Além disso, outros fatores que sugeriram apresentar essa associação foram a IL-10, TNF-α e IL-8.Item Implicações do déficit cognitivo em pacientes idosos com diabetes tipo 2 em uso de insulina na adesão terapêutica e na frequência de hipoglicemia.(2021) SILVA, Ricardo Sampaio Hein daIntrodução: O Diabetes Mellitus, doença bastante prevalente no Brasil e no mundo, está sendo reconhecida como uma patologia de grande influência para o desenvolvimento de déficits neurocognitivos em idosos portadores do Diabetes. Em decorrência dessa associação, tem-se estudado a relação entre o comprometimento intelectivo dessa população e uma maior frequência de episódios de hipoglicemia e também da má adesão terapêutica, afim de prevenir tais ocorrências e aumentar a sobrevida e qualidade de vida dessa população. Objetivo: Avaliar a implicação do déficit cognitivo na adesão terapêutica e frequência de hipoglicemia em idosos portadores de diabetes do tipo 2 e que estão em Insulinoterapia ou hipoglicemiante oral. Métodos: Trata-se de um estudo observacional de corte transversal. O estudo ocorrerá através da aplicação de um teste conhecido como Mini Exame do Estado Mental e da revisão de prontuário de pacientes atendidos no Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (CEDEBA). Os resultados do MEEM e da revisão de prontuários serão correlacionados através do uso do Teste T e teste exato de Fisher, respectivamente. As análises estatísticas serão realizadas no Software R versão 3.6.3. (The R foundation for statistical computing, Viena, Áustria). Resultados: A análise de resultados não evidenciou associação entre déficit cognitivo e má adesão terapêutica ou incidência de hipoglicemia. Dentre as variáveis estudadas, encontrou-se um p estatisticamente significativo para duas delas. A primeira, para a categoria que fazia a relação entre o Mini Exame do Estado Mental alterado e o sexo do participante, evidenciando um p de 0,01608 para o sexo feminino. Além dessa variável, foi mostrado significância estatística para a comparação entre o Mini Exame do Estado Mental normal e o uso de metformina (p=0,0030). As demais variáveis não se mostraram significantes à análise estatística. Conclusões: Mulheres idosas com Diabetes Mellitus (DM) do tipo 2 tiveram uma maior associação com déficit cognitivo em nossa amostra. Além disso, o estudo corroborou com o possível achado neuroprotetor da Metformina em pacientes portadores de DM2. Nesse sentido, reitera-se a necessidade de estudos longitudinais de longo prazo que busquem evidenciar, de forma definitiva, a relação entre o déficit cognitivo e a DM, além de como essas patologias interferem na adesão terapêutica do paciente idoso.Item Prevalência de falha no tratamento não operatório das lesões esplênicas graus III e IV: uma revisão sistemática(2021) ARAÚJO, Renata Baltazar da Silveira deIntrodução: Diante da grande incidência de lesões esplênicas e de seu alto potencial de evolução para complicações, associados à falta de consenso quanto à escolha da melhor modalidade terapêutica, principalmente nas lesões graus III e IV, faz-se importante avaliar a prevalência de falha do tratamento não operatório das lesões assim classificadas, contribuindo para a melhor escolha da conduta terapêutica do paciente e reduzindo o número de desfechos indesejados. Objetivo: Descrever a prevalência de falha no tratamento não operatório das lesões esplênicas graus III e IV, além de avaliar a relação entre a tecnologia disponível no serviço e a falha no tratamento não operatório das lesões esplênicas. Métodos: A revisão sistemática foi realizada através de buscas nas bases de dados eletrônicas MEDLINE/ PubMed, LILACS e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), por meio da combinação de descritores, incluindo termos do Medical Subject Headings (MeSH): Non-Operative Treatment OR Nonoperative Management AND Splenic Injury OR Splenic Trauma AND Abdominal Trauma. Foram excluídos estudos com metodologia não definida, resumos ou “abstracts” e estudos publicados antes de 2010. Foram incluídos estudos observacionais publicados em inglês e português, que incluem vítimas de trauma, com lesão esplênica e idade superior a 16 anos. Os resumos e textos completos foram lidos pelos autores de modo independente, utilizando os critérios de inclusão e exclusão pré-definidos, e as divergências foram discutidas. Para avaliação da qualidade metodológica dos artigos selecionados, foi utilizada a Iniciativa STROBE. A extração de dados foi realizada por meio de um formulário de coleta pré-definido. Resultados: Foram encontrados 1533 estudos, dos quais 15 foram selecionados para a revisão. As pesquisas foram realizadas entre 2011 e 2019, totalizando 3035 participantes. Dentre os artigos, 14 apresentaram taxa de falha no tratamento das lesões grau III menor ou igual à falha no tratamento das lesões grau IV, excetuando-se um trabalho, que mostrou resultado contrário. Quanto à falha no tratamento não operatório das lesões grau III, em cinco estudos foi observada taxa de falha inferior a 15%, três artigos apresentaram taxa de falha entre 15% e 30% e apenas um trabalho mostrou falha superior a 30%. Em relação às taxas de falha nas lesões grau IV, em três estudos observou-se taxa inferior a 15%, um trabalho mostrou taxa de falha entre 15% e 30% e em cinco estudos observou-se falha superior a 30%. Dentre os 15 estudos analisados, 14 apresentaram centros com acesso à hemodinâmica, excetuando-se apenas um trabalho, o qual apresentou as maiores taxas de falha no tratamento não operatório das lesões esplênicas graus III e IV. Conclusão: Frente aos achados descritos, é possível inferir que a prevalência de falha na abordagem não operatória das lesões esplênicas variou de 0 a 45% nas lesões grau III e de 0 a 51% nas lesões grau IV, de modo que o grau da lesão esplênica não se mostrou fator determinante da falha da abordagem não operatória, sendo as falhas atribuídas a outras condições. Além disso, a disponibilidade de tecnologia e recursos no serviço mostrou-se como pré-requisito para manejo seguro do tratamento não operatório.Item Achados de neuroimagem por ressonância magnética (rm) nas síndromes demenciais:revisão sistemática(2021) COSTA, Regina de Andrade FreitasIntrodução: As síndromes demenciais têm uma grande importância social, pois interferem nas funções ocupacionais, domésticas e sociais dos pacientes, tendo como principais síndromes a doença de Alzheimer (DA), demência frontotemporal (DFT), demência vascular (DV) e demência por corpos de Lewy (DCL), que são as que possuem maior prevalência na população de idosos. Com o intuito de auxiliar no diagnóstico dessas síndromes, a Ressonância Magnética (RM) é utilizada como ferramenta da neuroimagem e assume um papel cada vez mais importante no auxílio diagnóstico e na diferenciação dessas síndromes. Objetivo: Caracterizar os achados na neuroimagem por RM nas doenças de Alzheimer, demência Frontotemporal, demência vascular e demência por Corpos de Lewy. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, guiada pelo protocolo PRISMA, nas bases eletrônicas PubMed e Lilacs. Resultados: Foram encontrados pelo exame de RM, que pacientes portadores de DA apresentam em sua maioria, atrofia temporomedial e diminuição volumétrica do hipocampo. Pacientes com DFT apresentaram atrofia da lobos frontotemporal e cortical global. Indivíduos com DCL, apresentaram microinfartos, porém nesse caso, esse achado não foi considerado um auxiliador para diagnóstico diferencial dessa doença. Por fim, nos pacientes com DV, foi encontrado hiperintensidade da matéria branca e a presença de infartos lacunares. Conclusão: A utilização da RM tem servido como auxílio para os diagnósticos das síndromes demencias. A presença de mudanças estruturais identificadas pelos métodos da neuroimagem tem ajudado a caracterizar as alterações nas doenças, tais como atrofia hipocampal na DA, atrofia da região frontotemporal na FTD e lesões vasculares na DV..Item Efeito da hidroxiureia no doppler transcraniano em crianças e adolescentes com anemia falciforme(2021) PAIVA, Raquel RebouçasINTRODUÇÃO: A anemia falciforme é uma doença autossômica recessiva, predominante na população negra e de alta incidência na Bahia. O Acidente Vascular Cerebral é uma complicação frequente nessa população e apresenta alta morbimortalidade e um alto custo para a saúde pública. A Ultrassonografia Doppler Transcraniana (DTC) é uma forma de triar o risco dessa complicação e possibilita a intervenção precoce. A hidroxiureia é uma droga já utilizada nessa população, mas o uso desta na prevenção do AVE ainda está em teste. OBJETIVO: descrever o efeito do tratamento com a Hidroxiureia (HU) nas velocidades sanguínea das artérias cerebrais médias medidas através do Doppler Transcraniano, em crianças e adolescentes com DF, sem história de Acidente Vascular Encefálico (AVE). METODOLOGIA: foram analisados crianças e adolescente entre 2 e 16 anos, com a DF confirmado por eletroforese, triadas com o doppler transcraniano por profissional capacitado, em Salvador e outras cidades da Bahia. O estudo é longitudinal, retrospectivo, analítico com grupo de comparação intragrupo e entre diferentes grupos. Nenhum paciente do estudo usava a HU no primeiro DTC, os grupos foram definidos de acordo com o uso no segundo exame (grupo HU sim e grupo HU não). Foram excluídos pacientes em uso de transfusões sanguíneas, que sem 2 exames documentados no banco e com história prévia de AVE. As informações foram analisadas utilizando testes estatísticos: teste T student, qui quadrado, teste T pareado, testes de normalidade: Kolmogorov-Smirnov e o Shapiro Wilk, médias e desvio padrão. RESULTADOS: Os grupos foram semelhantes nos quesitos avaliados (média de idade, velocidade inicial nas artérias cerebrais, genótipos, sexo, cidade de origem), diferentes apenas em média do tempo entre as ultrassonografias com doppler. O estudo encontrou que as velocidade média iniciais e finais foram semelhantes em pacientes em uso da HU, com média da velocidade inicial da artéria cerebral média direita (ACMD) de 126,83 ± 22,32, e final 126,73 ± 28,41 (p = 0,983) e na artéria cerebral média esquerda (ACME) inicial de 126,23 ± 22,94 e final de 130,17± 30,76 (p = 0,340). No grupo HU não, a velocidade inicial foi menor que a velocidade final. Os pacientes foram categorizados de acordo com a faixa de velocidade em baixa (≤70cm/s), normal (entre 70 e 170), condicional (entre 170 e 199) e alto (≥200). Observou-se nos pacientes condicionais uma maior tendência de manter a categoria ou evoluir para uma categoria de velocidade menor nos grupos em uso da HU e uma tendência de piora no grupo HU não. Na análise dos genótipos, houve uma maior velocidade média no genótipo SS em ambos os grupos. CONCLUSÃO: Crianças e adolescentes com DF, não tratados com HU tendem a evoluir com aumento da velocidade do Doppler Transcraniano ao longo do tempo, o que significa maior dano vascular e maior risco para AVE. Foi observado uma tendência de diminuição da velocidade nas artérias cerebrais média em pacientes categorizados em velocidade condicional. O genótipo HbSS, associado a maior gravidade, teve maior média de velocidade apresentando mais risco de um AVE.Item Tuberculose e diabetes: prevalência e impacto no desfecho do tratamento(2021) ANDRADE, Sofia Oliveira FagundesIntrodução: A tuberculose (TB) trata-se de um problema de saúde pública relevante a nível global, estando o Brasil dentre os 30 países com maior número da doença no mundo. Quando associada à comorbidade diabetes, tem impacto negativo na morbimortalidade. Objetivo: Avaliar a prevalência e o impacto do diabetes no desfecho de tuberculose no Brasil durante o período de 2009 a 2019. Métodos: Estudo observacional descritivo. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), acessíveis através da plataforma DATASUS, sendo incluídos os casos notificados de tuberculose associados à diabetes. Foi utilizado o teste qui quadrado para comparação dos grupos de pacientes com desfecho favorável (cura) e desfechos desfavoráveis (óbito, abandono e falência do tratamento). O valor de p<0,05 foi considerado estatisticamente significante. Como medida de associação, utilizou-se o Risco Relativo (RR). Resultados: Foram notificados 862.673 casos de TB no período, dos quais havia dados sobre diabetes em 65.874, resultando em uma prevalência de 7,47%. Houve maior prevalência de TB e DM no sexo feminino (8,71% versus 6,90%; p<0,001); nos pacientes com ≥ 40 anos (13,8% versus 2,0%; p<0.001); e na região nordeste (9,0%). Também foi observada uma associação estatisticamente significante entre TB e DM e desfecho favorável de tratamento (cura), com RR: 0,90; IC 95%; 0,88-0,91. Conclusão: A prevalência de diabetes entre pacientes com tuberculose ainda é alta. O sexo feminino é o mais acometido. O grupo que referiu diabetes apresentou mais chances de desfecho favorável.Item Rastreio e tratamento da infecção pelo estreptococo do grupo b durante a gestação: o que existe de novo? – uma revisão sistemática(2021) ANDRADE, Stephanie NunesINTRODUÇÃO: O estreptococo do grupo B é uma bactéria responsável pela colonização de gestantes e consequentemente dos neonatos de mães colonizadas, sendo a causa mais comum de sepse neonatal e gerando aumento de morbidade e mortalidade perinatal. Sua prevalência gira em torno de 10 a 30% de mães colonizadas. Estudos apontam que, com a identificação da infecção, a administração de antibioticoprofilaxia intraparto é essencial para evitar maiores danos ao recémnascido. Entretanto, mesmo com diversos protocolos estabelecidos ao redor do mundo quanto a triagem e rastreio da infecção gestacional, há muita divergência no modo como cada país conduz essas indicações, variando desde testagens por PCR e cultura em semanas pré-estabelecidas até apenas avaliação por fatores de risco. OBJETIVO: Sumarizar a literatura recente acerca da aplicação e da efetividade dos protocolos para rastreio e condução do tratamento de infecção por Estreptococo do grupo B em gestantes e comparar as divergências e estratégias dos estudos entre si METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática com busca feita nas bases de dados SCIELO, LILACS e MEDLINE/PubMed, associada a busca manual. Foram incluídos estudos transversais e de coorte prospectivo publicados entre os anos de 2015 e 2020 em que são avaliados, comparados e descritos os critérios e métodos utilizados para o rastreio do EGB em gestantes, bem como a aplicabilidade do tratamento. RESULTADOS: Após a análise dos 11 artigos selecionados, foi evidenciado que a testagem universal a partir de 35 semanas é altamente recomendada e que o método de rastreio mais indicado é o PCR, com uso de dois swabs, um anal e um vaginal. CONCLUSÃO: O rastreio universal de 35 a 37 semanas é essencial para que não haja tratamento desnecessário a gestantes não colonizadas ou falta de tratamento as colonizadas, pois a estratégia de fatores de risco se mostrou ineficaz para ser usada como padrão. Entretanto, mais estudos são necessários sobre o tema, com populações maiores e em países mais diversificados, saindo somente do eixo europeu e do Brasil, para que as estratégias possam ser mais bem avaliadas.Item Análise de concordância da quantificação da fração de gordura da medula óssea em pacientes com doença falciforme por ressonância magnética(2021) QUESADO, Raquel Cristina SaldanhaIntrodução: A Bahia é o estado brasileiro com maior incidência de doença falciforme (DF) – patologia hereditária, por vezes incapacitante, que acarreta deformação das hemácias. A medula óssea de pacientes com essa enfermidade apresenta incentivo à hematopoiese com consequente redução no teor de gordura. A técnica Dixon é capaz de quantificar a fração de gordura através da ressonância magnética (RM). Objetivo: Verificar a confiabilidade das análises intra e interobservador na quantificação de gordura na medula óssea de pacientes com DF através da técnica Dixon de RM. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, no qual uma radiologista e uma estudante de Medicina do quinto semestre realizaram aferições do percentual de gordura na medula óssea de pacientes com DF dos subtipos HbSS e HbSC através de imagens de RM. Foi realizada análise intraobservador das medidas obtidas pela estudante antes e após capacitação com a radiologista. Além disso, foi realizada análise interobservador tanto pré quanto pós capacitação. A avaliação da concordância absoluta para confiabilidade foi feita através do Coeficiente de Correlação Intraclasse, sendo os valores considerados para análise “excelente” se entre 0,75-1,0; “bom” se entre 0,6-0,74; “razoável” se entre 0,4-0,59; ou “pobre” se <0,4. Resultados: Os resultados obtidos demostraram excelente concordância intraobservador à exceção das medidas da região do ílio no subgrupo HbSS. Quanto à análise interobservador, a concordância pré e pós capacitação foi excelente, à exceção da região do ílio no subgrupo HbSS - que apresentou correlação razoável antes da capacitação – e da região do colo femoral – que apresentou boa correlação na mesma etapa. A maioria dos Coeficientes de Correlação Intraclasse (CCI) demonstrou melhora após a capacitação, inclusive com redução dos intervalos de confiança (IC), à exceção da região do colo femoral tanto no grupo geral de DF quanto nos subgrupos HbSS e HbSC. Conclusão: A quantificação da fração de gordura na medula óssea de paciente com DF através do recurso da técnica Dixon de RM é um instrumento confiável e reprodutível em pacientes com DF e com melhorias após treinamento com profissional especialista.Item Aplicativo cuidador: assistente pessoal para pacientes com dor crônica(2021) SILVA, Rebeca Cerqueira daIntrodução: A dor é um problema global e sua cronificação atinge, em média, 35,5% da população mundial, em Salvador-BA esta incidência sobre para 40%. Infelizmente, as ações em saúde voltadas para esse problema não são condizentes com a sua importância. Torna-se indispensável, então, oferecer ferramentas que auxiliem os pacientes com dor crônica a desfrutar de autonomia sobre suas condições de saúde. Estudos demonstram que os aplicativos em saúde têm se mostrado instrumentos positivos. O brasileiro, por sua vez, tem se mostrado cada vez mais apto para usufruir dessa nova modalidade assistencial, tendo em vista que mais de 70% da população tem acesso a internet e que 97% desse acesso ocorre através dos smartphones. Em consideração, ainda, à complexidade do paciente com dor crônica, entende-se que os aplicativos de saúde podem auxiliar não só os pacientes, como também os serviços de saúde. Objetivos: Desenvolver uma aplicação móvel que possibilite a gestão das dores crônicas. Metodologia: A criação do protótipo do aplicativo ocorreu em conjunto com a equipe representante do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) de Salvador. Como base da metodologia, utilizou-se a ferramenta Design Thinking reconhecida pelo setor de inovações, que organiza a criação a partir de três etapas, são elas a imersão, cocriação e prototipação, sendo essa última através do VScode e Heroku. A qual objetiva solucionar problemas complexos, colocando as pessoas no centro do processo, compreendendo profundamente suas necessidades. Resultados: O protótipo foi desenvolvido em página web, com opções de login diferenciadas para pacientes e cuidadores, conferindo acesso a ferramentas distintas. Os pacientes podem realizar o automonitoramento através da avaliação diária, acompanhamento da evolução por gráficos e acesso à educação em dor. Enquanto os cuidadores podem avaliar seus pacientes através dos mesmos gráficos, criar metas e compartilhar o cuidado com os demais profissionais.Item Perfil clínico de pacientes com bronquiectasias não fibrocísticas atendidos em um serviço de referência do estado da Bahia(2021) DEUS, Sarah Maria Pereira De Azevedo Barbosa deIntrodução: Bronquiectasia é uma dilatação definitiva dos brônquios, na qual há um adensamento da parede brônquica e hiperplasia glandular com ampliação da produção de muco. Consequentemente, os pacientes com esta condição apresentam infecções de repetição. Bronquiectasias podem ser divididas em: bronquiectasias secundárias a fibrose cística e bronquiectasias não-fibrocísticas. De forma semelhante ao que ocorre com outras doenças pulmonares crônicas, nota-se um aumento do número de pacientes diagnosticados com essa anormalidade, decorrente do processo de envelhecimento e maior expectativa de vida. Assim, há um grande impacto no número de atendimentos no sistema de saúde, ao acompanhamento desses pacientes. Objetivos: Identificar o perfil clínico de pacientes com bronquiectasias não fibrocísticas atendidos no serviço de referência do Hospital Especializado Otávio Mangabeira, bem como as variáveis envolvidas, sendo elas: Sexo, idade, procedência e índices de espirometria nesses pacientes. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo retrospectivo com dados coletados no período de setembro a outubro de 2021, referentes a prontuários de 34 pacientes atendidos entre 2019 e 2020 no ambulatório de pneumologia do Hospital Especializado Otávio Mangabeira. Foram incluídos pacientes com bronquiectasias não fibrocísticas maiores de 18 anos. Foram excluídos pacientes com diagnóstico de bronquiectasia fibrocística, pacientes com bronquiectasia por tuberculose e aqueles pacientes menores de 18 anos. Resultados: Dos 34 pacientes, 14 (41,18%) foram procedentes de Salvador-BA, 19 (55,88%) procedentes de outras cidades do estado da Bahia e em 1 (2,94%) pacientes esse dado estava indisponível. De acordo com as Mesorregiões, 18 (52,94%) procedentes da Mesorregião Metropolitana de Salvador, 11 (32,35%) do Nordeste Baiano, 2 (5,88%) do Centro-Norte Baiano, 2 (5,88%) do Centro-Sul Baiano e em 1(2,94%) não foi possível obter essa informação. Apresentavam-se com média de idade de 46,59 (± 18,10), variando entre 18 anos e 84 anos. Identificou-se que 13 (38,24%) eram do sexo masculino (M) e 21 (61,76%) do sexo feminino (F). A média de VEF1 foi de 50% (± 0,21), variando entre 14% e 85%. Os valores de VEF1 de 9 dos 34 pacientes não estavam disponíveis. Conclusão: No presente estudo identificou-se um perfil clínico de pacientes com média de idade de aproximadamente 47 anos e com uma maior prevalência no sexo feminino. Observou-se uma média de VEF1 de 50%, indicando um importante distúrbio ventilatório obstrutivo, com pior média de VEF1 entre os pacientes com menos de 50 anos. A Mesorregião Metropolitana de Salvador é responsável pela procedência da maior parte dos pacientes, estando essa mesorregião associada a uma melhor média de VEF1 quando comparada a outras mesorregiões.Item O tratamento homeopático em pacientes com transtorno do espectro autista (tea): uma revisão sistemática(2021) SOUZA, Tamiris Angeli JacintoIntrodução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurológica e psiquiátrica multifatorial que afeta basicamente duas categorias como critérios diagnósticos de acordo com o DSM-5: A comunicação e interação social em diversos contextos; e a segunda engloba a área comportamental, com padrões repetitivos e restritos, estereotipias, dentre outras. Apresentam também hiperatividade, acessos de raiva, distúrbios gástricos, respiratórios, imunológicos e até neurológicos. Nesse contexto, o tratamento homeopático tem sido administrado com o objetivo de amenizar tais sintomas e proporcionar maior qualidade de vida, assim como evitar os efeitos adversos dos medicamentos convencionais. Objetivos: Investigar se há benefícios do tratamento homeopático sobre as manifestações clínicas em pacientes com TEA, bem como observar se há efeitos adversos durante a intervenção homeopática. Metodologia: Nesta revisão foi realizada uma busca nas bases de dados eletrônicos: PubMed, BVS Brasil, BVS Regional, Periódicos CAPES e Google Acadêmico, seguindo as recomendações do protocolo PRISMA. Os estudos foram analisados por dois avaliadores de forma independente e um terceiro para consenso. Foram incluídos na pesquisa apenas artigos científicos em inglês, espanhol e português, publicados de 2000 a 2021, sendo ensaios clínicos ou estudos observacionais que abordassem sobre o tratamento homeopático no TEA como terapia única ou principal, além da descrição dos efeitos antes e após a intervenção. A qualidade dos estudos foi avaliada pelo check-list STROBE e os riscos de vieses foram avaliados individualmente pela Escala Newcastle Ottawa (NOS). Resultados: A amostra final foi composta por quatro estudos, sendo que três deles demonstraram por meio das escalas CARS, ATEC, AHS, QS e QI, melhorias quantitativas, assim como foram descritos benefícios qualitativos em todos os estudos selecionados. Conclusão: As alterações qualitativas e quantitativas foram devidamente descritas pelas escalas possibilitando observar alterações positivas dos sintomas presentes na maioria das pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Portanto, pode-se inferir que há efeitos benéficos do tratamento homeopático no TEA, bem como foi possível observar poucos efeitos adversos associados quando comparados aos medicamentos convencionais.Item Frequência de afogamentos na pandemia COVID-19 comparada com o período pré-pandemia(2021) ALMEIDA, Raíssa de Figueiredo EspinheriaIntrodução: a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que há aproximadamente 500.000 mortes por ano causadas por incidentes de imersão não intencional, não incluindo o afogamento resultante de enchentes, suicídios ou homicídios. No Brasil, o número de óbitos supera os 5.700 casos ao ano, sendo que mais de 100.000 pessoas sofrem incidentes não fatais Objetivo: analisar a frequência de afogamentos no período da pandemia COVID-19 comparado com o período pré-pandemia. Métodos: foram descritos os dados obtidos do banco de informações sobre as vítimas de afogamentos atendidas pelo SAMU Salvador, cobrindo a cidade de Salvador-Ba e regiões metropolitanas. As variáveis de interesse para o estudo foram: sexo, idade, período que o incidente ocorrer, desfecho (fatal ou não fatal) e local. Resultados: foram registrados um total de 130 afogamentos, sendo 68 no ano de 2019 e 62 em 2020. No que diz respeito ao período, no ano de 2019 o mês de maior afogamento foi dezembro (20,6%), enquanto 2020 foi em outubro (19,4%). Em relação ao perfil das vítimas, tanto no ano de 2019 quanto no de 2020 a população atendida preponderantemente foi do sexo masculino, com 73,5% e 77,4% respectivamente. Já em relação a faixa etária, em 2019 houve predomínio de adulto jovem (39,7%) enquanto em 2020 existiu superioridade da população adulta (45,2%). A média da idade em 2019 foi de 30,66 anos ( 17,93), sendo a idade mínima registrada de 1 ano, e a máxima, 71 anos. Já 2020, foi 32,61 anos ( 16,46), sendo a menor de 2 anos e a maior, 77 anos. Os casos não fatais mantiveram superioridade tanto em 2019 (70,6%), quanto em 2020 (75,8%). Levando em conta o desfecho praia e não praia, 2019 obteve 53 casos do primeiro (77,9%) e 15 (22,1%) do segundo, enquanto 2020 teve 44 (71%) do desfecho praia e 18 (29%) do desfecho não praia. Conclusão: houve predomínio, nos dois anos estudados, de afogamentos não fatais atrelados a ambiente marítimo (desfecho praia) e com superioridade do sexo masculino. A idade variou em relação ao ano, já que em 2019 destacou-se a população adulto jovem (19-30 anos), enquanto 2020, adulta (31-60 anos). O período de maior prevalência em 2019 foi dezembro, enquanto 2020, outubro (mês em que houve maior flexibilização das regras). Os resultados apresentados nesse trabalho podem ser utilizados como um “sensor” com o intuito de determinar se os programas que incentivavam a população a permanecer em seus domicílios estavam surgindo efeito, além de identificar os subgrupos mais vulneráveis para esse agravo para posteriores ações preventivas.Item Avaliação do transtorno de ansiedade generalizada em estudantes de medicina(2021) SANTOS, Tarcísio Andrade de OliveiraIntrodução: O transtorno de ansiedade generelizada (TAG) è uma patologia com uma prevalência muito grande em todo o mundo. O Brasil, dentre todos os países é aquele em que há maior prevalencia dessa doença. Dentro dessa população, está o grupo dos estudantes de medicina, que dentre todos os outros, possui a mais alta prevalência da TAG, o que pode acabar se agravando principalmente nos dois ultimos anos, devido a grande quantidade de responsabilidades e cobranças acumuladas. Alguns estudos tentam realizar a observação de prevalência dessa patologia nos estudantes de medicina, contudo, o modo como esse rastreio é feito muitas vezes não oferece um resultado fidedigno devido ao método de avaliação utilizado. Nesse contexto, a GAD-7, entra nesse cenário como uma ferramenta importantissima para um rastreio adequado, visto que possui todos os atributos necessarios para faze-lô. Objetivo: Avaliar a prevalência e intensidade do transtorno de ansiedade generelizada em estudantes de medicina que estejam nos dois últimos anos de formação. Métodos: Estudo descritivo observacional transversal que visa, com utilização da escala GAD-7 e informações como idade, sexo e ano de curso, avaliar a prevalência e intensidade do transtorno de ansiedade generalizada em estudantes de medicina que estão nos dois últimos anos de formação da Escola Bahiana De Medicina e Saúde Pública em Salvador-BA. Resultados esperados: Espera-se obter uma prevalência fidedigna, frente ao estudo, da quantidade de estudantes de medicina que estão cursando os dois últimos anos da graduação que são afetados pelo transtorno de ansiedade generalizada (TAG), tendo em vista os diversos fatores aos quais estão expostos que podem desencadear um cenário em que a TAG esteja presente. Conclusão: O estudo percebeu uma alta prevalência da TAG em estudantes de medicina dos dois últimos aos, com 68,5% desses estudantes sendo afetados, porém, mais estudos devem ser realizados para que haja uma prevalência fidedigna nessa população.Item Desfechos de pacientes com lesão grave de tronco de coronária esquerda mantidos em tratamento clínico em um hospital terciário de Salvador(2021) LIMA, Raissa BarretoIntrodução: Tendo em vista a alta mortalidade de pacientes com lesão de tronco de coronária esquerda (TCE) ≥ 50%, as diretrizes mais atuais em cardiologia recomendam revascularização miocárdica cirúrgica ou percutânea. No entanto, para pacientes com elevado risco cirúrgico, recusa à cirurgia ou anatomia desfavorável, o tratamento clínico torna-se a opção mais viável. Portanto, avaliar os desfechos clínicos desse grupo de pacientes portadores de doença arterial coronariana no atual cenário de terapia médica otimizada é fundamental. Objetivo: Analisar a incidência de morte por causa cardiovascular e infarto agudo do miocárdio em pacientes com lesão grave de tronco de coronariana esquerda mantidos em tratamento clínico. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectiva que incluiu pacientes com lesão de TCE ≥ 50% evidenciada pelo cateterismo cardíaco mantidos em tratamento clínico por alto risco cirúrgico, recusa à realização da cirurgia ou anatomia desfavorável em um hospital referência em cardiologia de Salvador admitidos no período de janeiro de 2017 a junho de 2019. Foi avaliado o desfecho composto de morte por causa cardiovascular e infarto agudo do miocárdio. Variáveis com distribuição não paramétrica foram descritas por medianas e intervalo interquartil e as categóricas foram descritas como frequência e porcentagem. Resultados: Foram incluídos 15 pacientes, com mediana de idade de 74 (71-77) anos, 8 (53,3%) mulheres e tempo de acompanhamento mediano de 3,5 (2,7-3,7) anos. A mediana da fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi de 67% (39-69). A mediana da lesão do tronco de coronária esquerda foi de 50% (50-75), enquanto para o score SYNTAX foi de 44 (22,5-51,0) pontos. O desfecho de morte por causa cardiovascular ocorreu em 1 (6,7%) paciente após 31 meses. Ao final do seguimento, apenas 2 (15,4%) pacientes apresentaram angina CCS 3 e nenhum CCS 4. Conclusões: O presente estudo envolvendo pacientes com doença grave do tronco da coronária esquerda mantidos em tratamento clínico, durante um acompanhamento mediano de 3,5 anos, evidenciou que a incidência de eventos adversos cardiovasculares maiores foi baixa, considerando-se a gravidade da doença coronariana apresentada.Item A validade interna dos estudos observacionais sobre heurísticas na prática clínica(2021) CORREIA, Thaís Barros AraujoIntrodução: A tomada de decisão na prática clínica é influenciada direta e indiretamente pelas heurísticas que são atalhos mentais que objetivam soluções rápidas e descomplicadas visando a economia de energia mental. Desde a década de 40, diversos estudos foram publicados acerca do tema na área de saúde, porém não houve ainda uma avaliação criteriosa sobre a confiabilidade e validade interna destes trabalhos, sendo importante uma análise meta-epidemiológica que realize tal análise. Objetivo: Descrever a validade interna dos estudos observacionais sobre a influência da heurística na tomada de decisão na prática clínica. Métodos: Trata-se de um estudo observacional descritivo de caráter meta-analítico. Através dos descritores selecionados na plataforma Decs (Descritores em Ciências da Saúde) foi criado 2 blocos de busca que foram aplicados da base de dados PubMed para a seleção dos artigos sobre o tema. Após a aplicação da estratégia de busca, os artigos foram transferidos para a plataforma do Rayyan QCRI, onde foram aplicados os critérios de elegibilidade para seleção dos artigos que iriam ser avaliados quanto a sua validade interna a partir da análise de variáveis previamente estabelecidas, relacionadas a caracterização do estudo, qualidade do estudo e risco de viés. O estudo catalogou 188 artigos, sendo 112 referentes a busca 1 e 76 artigos a busca 2. Na plataforma de seleção dos artigos identificou-se 75 artigos duplicados, que foram removidos, totalizando 113 artigos para serem analisados. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, mais 109 foram excluídos, incluindo artigos que entraram em conflito e posteriormente foram descartados (11 conflitos, com 1 deles incluídos para à análise). Ao final da seleção, foram incluídos 4 artigos, 2 estudos de coorte e 2 estudos transversais. Resultados: Ao que se refere as variáveis de caracterização do estudo, foi encontrado quantidade significativa de estudos na América do Norte e as especialidades foram heterogêneas. Não houveram estudos unicêntricos e todos apresentaram vínculo acadêmico, sendo a maioria de conclusão confirmatória, com condutas tanto de tratamento quanto diagnóstico. Já com relação as variáveis de qualidade do estudo, não houve presença de Spin nem conflito de interesse e todos os estudos apresentaram natureza de conclusão positiva, ausência de registro de protocolo e banco de registro, e poder estatístico insuficiente. Por fim, a avaliação do risco de viés, realizada a partir da escala Newcastle-Ottawa (NOS) revelou que 75% dos estudos apresentavam baixo risco de viés. Conclusão: Os estudos sobre as heurísticas na prática clínica disponíveis nos acervos literários científicos apresentaram uma boa qualidade e boa validade interna, o que implica em afirmar que os estudos são uma fonte confiável para o embasamento teórico científico. Porém, poucos estudos foram encontrados na literatura, necessitando de mais pesquisas acerca do tema. Assim, os processos das heurísticas na tomada de decisão clínica serão conhecidos, melhorando progressivamente a assistência médica oferecida aos pacientes.Item Avaliação do estado nutricional de iodo de gestantes diabéticas em uma maternidade de referência no município de Salvador(2021) MELLO, Rafaella de Matos MoradilloIntrodução: Em gestantes, existe uma maior demanda de iodo pela tireoide do que das mulheres não gestantes, pois o iodo é necessário para as adaptações fisiológicas do período. A quantidade adequada de iodo se torna uma forma de prevenção de efeitos adversos para a mãe e o feto. Nas gestantes diabéticas, o diabetes as torna mais vulneráveis durante a gravidez, e sabe-se que tem uma maior facilidade em desenvolver disfunções tireoidianas. Objetivo: Descrever se as gestantes diabéticas possuem deficiência de iodo e identificar se a deficiência de iodo nas gestantes diabéticas, quando presente, é moderada, leve ou severa. Metodologia: Estudo transversal descritivo, com uso de dados pré-existentes, tendo como população disponível mulheres gestantes diabéticas, com idade gestacional entre 12 a 36 semanas, internadas ou atendidas em mutirões ambulatoriais, na cidade de Salvador, entre o período de Maio de 2015 a Julho de 2016 na Maternidade de Referência Professor José Maria de Magalhães Netto. As variáveis utilizadas foram idade, cor da pele, IMC, idade gestacional, renda, consumo de sal iodado, restrição de consumo do sal. A concentração do iodo foi obtida através da excreção urinária. A dosagem do teor de iodo foi realizada conforme recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Resultados: A amostra teve um total de 41 pacientes, apresentando média de idade de 31,9 anos, e um IMC de média 31, 02 kg/m². Em relação a idade gestacional, 65,9 % das gestantes estavam no terceiro trimestre. Na amostra, ocorreu predominância da cor parda (51,2%), e 41,5% possuiam renda de apenas um salário mínimo. A deficiência de iodo estava presente em 61% das gestantes, e a concentração adequada foi encontrada em apenas 17,1% das pacientes. Dentre o grupo que possuía deficiência de iodo, 50% foi classificado com deficiência moderada do estado nutricional desse nutriente e a maior parte das gestantes (70,7%) realizava consumo de sal iodado, sendo que 58,5% da amostra restringia o uso do sal. Conclusão: Existe uma alta prevalência do déficit do estado nutricional de iodo nas gestantes diabéticas, principalmente da deficiência moderada.Item Prevalência de distúrbios gastrointestinais em acadêmicos de medicina de uma faculdade particular em Salvador, Bahia(2021) FREITAS, Thaís de OliveiraIntrodução: Distúrbios digestivos possuem elevada prevalência em todo o mundo, interferindo diretamente na redução da qualidade de vida da população. Já é conhecido que pacientes com distúrbios gastrointestinais funcionais manifestam concomitantemente sintomas como estresse, ansiedade e depressão. Deste modo, é possível que acadêmicos de medicina também manifestem alta prevalência dessas patologias, uma vez que já se sabe da forte correlação existente entre o intestino e o cérebro. Objetivo: Estimar a prevalência de distúrbios gastrointestinais em acadêmicos de medicina em uma faculdade particular de medicina de Salvador-BA. Material e métodos: Trata-se de um estudo observacional analítico, de corte transversal. O instrumento de aferição foi um questionário estruturado disponibilizado online que constava de trinta e nove questões que tratavam sobre a presença de sintomas compatíveis com distúrbios gastrointestinais, hábitos de vida e acerca do estado psíquico desses estudantes. As variáveis categóricas foram apresentadas em números absolutos e relativos, as quantitativas que apresentaram distribuição normal foi utilizada a média e o desvio padrão e as não paramétricas a mediana e o intervalo interquartil. Foi calculada a prevalência de Distúrbios Gastrointestinais na amostra estudada e a Razão de Prevalência para a comparação dos grupos em uma análise univariada. O Intervalo de Confiança 95% foi utilizado para avaliar a significância estatística das medidas de associação. O projeto foi aprovado pelo CEP da EBMSP através do parecer número 4.719.682 de 18/05/2021. Resultados: A amostra desse estudo foi composta por 179 acadêmicos de medicina que responderam ao questionário da pesquisa durante o mês de maio de 2021. A presença de sintomas compatíveis com distúrbios gastrointestinais antes de ingressar no curso de medicina foi de 60,9%, enquanto esse número subiu para 74,3% após os mesmos adentrarem no curso. Destes, 48,6% dos estudantes persistem com sintomas no momento da coleta dos dados em questão. Conclusão: Os distúrbios gastrointestinais estão presentes em grande parcela dos acadêmicos de medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, tendo a maior taxa entre os estudantes do sexo feminino, que não praticavam exercícios físicos regularmente, etilistas e matriculados no quarto e oitavo semestre. Diante disso, é importante que a instituição responsável pelo curso de medicina tome medidas de prevenção e cuidados focalizados na saúde digestiva dos futuros médicos.Item Impactos da pandemia de covid-19 nas gastrectomias no BrasiL(2021) PAES, Victor Araújo FerreiraA pandemia de COVID-19 é, sem dúvidas, a maior catástrofe na saúde global ocorrida nas últimas décadas. Um fato de tamanha proporção certamente afetaria a sociedade em diversos setores, e, levando em consideração que esta foi uma crise sanitária, é importante mensurar os danos que foram causados ao sistema de saúde do Brasil. O presente trabalho buscou, por meio da análise de dados presentes no sistema DATASUS, comparar os números das gastrectomias realizadas no primeiro semestre de 2019 e 2020, anos pré e intrapandêmicos, visando identificar se houve variação expressiva. Observou-se redução de 21,61% quando comparados estes números, o que denota uma redução bastante considerável nesses períodos.Item Comparação do misoprostol sublingual versus intravaginal na maturação cervical para indução do trabalho de parto: revisão sistemática da literatura(2021) FONSECA, Rafaela SandesIntrodução: O Misoprostol, análogo da prostaglandina E1, é um dos métodos farmacológicos mais utilizados para maturação cervical na indução do trabalho de parto (ITP). As vias de administração oral e vaginal são as mais estudadas e utilizadas na prática. Contudo, atualmente existe um grande debate sobre quais seriam as doses, vias de administração e frequências de administração ideais. Alguns estudos encontraram que a via sublingual de administração pode ser muito efetiva na ITP, no entanto, a literatura atual ainda carece de estudos nesse sentido. Objetivo: Avaliar a efetividade e segurança do uso do Misoprostol por via sublingual, comparado com a via vaginal. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática. Foi feita uma busca manual e eletrônica nas bases de dados Biblioteca Cochrane, Pubmed e Medline entre os meses de fevereiro e março de 2021. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados e não randomizados, publicados entre os anos de 2009 e 2020, em inglês, português ou espanhol. As participantes foram mulheres gestantes a partir da 22ª semana de idade gestacional, com indicações claras para indução do trabalho de parto e cuja intervenção foi uso do Misoprostol para indução do trabalho de parto pelas vias sublingual ou vaginal. Para a análise da qualidade metodológica dos estudos foi utilizada a ferramenta CONSORT - Consolidated Standards of Reporting Trials. Resultados: Cinco estudos fizeram parte desta revisão sistemática após análise da qualidade metodológica, obtendo-se um tamanho amostral total de 1.106 gestantes, com idades gestacionais médias que variaram entre 40.7 e 39 semanas no grupo vaginal, e entre 40.69 e 38.7 no grupo sublingual. Os escores de Bishop iniciais médios das gestantes do grupo sublingual variaram de 2.2 a 4.84, enquanto nas gestantes do grupo vaginal, variaram de 2.1 a 4.8. Todos os estudos selecionados utilizaram doses entre 12.5 μg e 50 μg de Misoprostol sublingual e entre 25 μg e 50 μg de Misoprostol vaginal. Além disso, o intervalo entre as doses variou entre 4 e 6 horas, com um máximo de 8 doses utilizadas. Apenas dois dos artigos trouxeram o tempo médio decorrido desde a indução até o parto vaginal, que variou entre 497.10 e 792 minutos no grupo sublingual e entre 511.67 e 786 minutos no grupo vaginal. A taxa de cesariana foi incluída em todos os estudos, e variou entre 15.9 e 57.1% no grupo sublingual e entre 13.53 e 56% no grupo vaginal. A anormalidade de contração uterina mais trazida foi a frequência média de taquissístole, que variou entre 0 e 4,7% no grupo sublingual e entre 3 e 12% no grupo vaginal. Dois estudos trouxeram também a frequência de hiperestimulação uterina que variou entre 5 e 6,7% no grupo sublingual e entre 2 e 10,4% no grupo vaginal. A complicação neonatal mais trazida nos estudos foi a admissão na UTI neonatal. Apenas 2 estudos incluíram na análise a média da mudança no escore de Bishop após 6 horas de administração do Misoprostol, que variou entre 3.7 e 5.47 pontos no grupo sublingual e entre 4.1 e 5.25 pontos no grupo vaginal. Conclusão: A análise dos resultados sugere que a via sublingual seja tão eficaz e segura quanto à via vaginal para a maturação cervical na indução do trabalho de parto. Contudo, devido à fragilidade e heterogeneidade dos artigos, novos estudos são necessários para que se avaliem desfechos mais uniformes.