Prevalência de falha no tratamento não operatório das lesões esplênicas graus III e IV: uma revisão sistemática
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Resumo
Introdução: Diante da grande incidência de lesões esplênicas e de seu alto potencial de
evolução para complicações, associados à falta de consenso quanto à escolha da melhor
modalidade terapêutica, principalmente nas lesões graus III e IV, faz-se importante avaliar a
prevalência de falha do tratamento não operatório das lesões assim classificadas, contribuindo
para a melhor escolha da conduta terapêutica do paciente e reduzindo o número de desfechos
indesejados. Objetivo: Descrever a prevalência de falha no tratamento não operatório das
lesões esplênicas graus III e IV, além de avaliar a relação entre a tecnologia disponível no
serviço e a falha no tratamento não operatório das lesões esplênicas. Métodos: A revisão
sistemática foi realizada através de buscas nas bases de dados eletrônicas MEDLINE/ PubMed,
LILACS e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), por meio da combinação de descritores,
incluindo termos do Medical Subject Headings (MeSH): Non-Operative Treatment OR Nonoperative
Management AND Splenic Injury OR Splenic Trauma AND Abdominal Trauma.
Foram excluídos estudos com metodologia não definida, resumos ou “abstracts” e estudos
publicados antes de 2010. Foram incluídos estudos observacionais publicados em inglês e
português, que incluem vítimas de trauma, com lesão esplênica e idade superior a 16 anos. Os
resumos e textos completos foram lidos pelos autores de modo independente, utilizando os
critérios de inclusão e exclusão pré-definidos, e as divergências foram discutidas. Para
avaliação da qualidade metodológica dos artigos selecionados, foi utilizada a Iniciativa
STROBE. A extração de dados foi realizada por meio de um formulário de coleta pré-definido.
Resultados: Foram encontrados 1533 estudos, dos quais 15 foram selecionados para a revisão.
As pesquisas foram realizadas entre 2011 e 2019, totalizando 3035 participantes. Dentre os
artigos, 14 apresentaram taxa de falha no tratamento das lesões grau III menor ou igual à falha
no tratamento das lesões grau IV, excetuando-se um trabalho, que mostrou resultado contrário.
Quanto à falha no tratamento não operatório das lesões grau III, em cinco estudos foi observada
taxa de falha inferior a 15%, três artigos apresentaram taxa de falha entre 15% e 30% e apenas
um trabalho mostrou falha superior a 30%. Em relação às taxas de falha nas lesões grau IV, em
três estudos observou-se taxa inferior a 15%, um trabalho mostrou taxa de falha entre 15% e
30% e em cinco estudos observou-se falha superior a 30%. Dentre os 15 estudos analisados, 14
apresentaram centros com acesso à hemodinâmica, excetuando-se apenas um trabalho, o qual
apresentou as maiores taxas de falha no tratamento não operatório das lesões esplênicas graus
III e IV. Conclusão: Frente aos achados descritos, é possível inferir que a prevalência de falha
na abordagem não operatória das lesões esplênicas variou de 0 a 45% nas lesões grau III e de 0
a 51% nas lesões grau IV, de modo que o grau da lesão esplênica não se mostrou fator
determinante da falha da abordagem não operatória, sendo as falhas atribuídas a outras
condições. Além disso, a disponibilidade de tecnologia e recursos no serviço mostrou-se como
pré-requisito para manejo seguro do tratamento não operatório.
Descrição
Palavras-chave
Lesão Esplênica, Trauma Esplênico, Tratamento não operatório, Prevalência