O efeito da endometrite crônica na maturação oocitária e no desenvolvimento e qualidade do embrião em ciclos de fertilização in vitro: um estudo de caso-controle
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Introdução: A Endometrite Crônica (EC) é uma doença inflamatória persistente no endométrio, causada por agentes bacterianos ou corpos estranhos, como dispositivos intrauterinos. Essa condição produz uma alteração edematosa na camada superficial do endométrio, prejudica a receptividade endometrial e pode resultar em infertilidade, falhas recorrentes de implantação e/ou perdas gestacionais. Objetivo: investigar se a presença de EC influencia na maturação oocitária e no desenvolvimento e qualidade embrionária em pacientes submetidas à fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI). Metodologia: Trata-se de um estudo retrospectivo de caso-controle pareado, que incluiu 70 pacientes entre 28 e 46 anos de idade, submetidas a ciclos de FIV com injeção intracitoplasmática de espermatozoide no período entre abril de 2018 e setembro de 2023, e à biópsia endometrial com teste molecular para detecção de EC. As pacientes foram divididas em dois grupos: presença de EC (caso; n=35) e ausência de EC (controle; n=35). Os oócitos, zigotos e embriões foram classificados de acordo com o Consenso de Istambul e o Sistema de classificação de blastocistos de Gardner. Os embriões do terceiro dia (D3) foram classificados em boa ou baixa qualidade, conforme o Consenso da ASEBIR (Asociación para el Estudio de la Biología de la Reproducción). A qualidade dos blastocistos foi categorizada pelo sistema simplificado de pontuação de embriões SART. Resultados: Foram coletados 472 oócitos no grupo sem EC e 435 oócitos no grupo com EC (p = 0,343). A maturação dos oócitos em metáfase II foi de 73% no grupo de mulheres sem EC e 72% no grupo de mulheres com EC (p = 0,544). As taxas de fertilização foram de 83% e 81% (p = 0,767), respectivamente. A proporção de embriões no D3 nos dois grupos foi idêntica (99%; p = 0,158). Desses embriões de D3, 81% do grupo sem EC apresentaram boa qualidade, enquanto isto aconteceu em 74% no grupo com EC (p = 0,227). A taxa de blastocistos formados (5º e 6º dia) foi de 60% no grupo sem EC e 53% no grupo com EC (p = 0,040). Entre os blastocistos formados, 42% de boa qualidade no grupo controle versus 40% no grupo casos (p = 0,535), enquanto 48% versus 47% apresentaram qualidade moderada (p = 0,995), e 9% e 12% qualidade ruim (p = 0,607), respectivamente. Conclusão: a EC demonstrou não comprometer a maturação oocitária nem a ualidade e o desenvolvimento embrionário no contexto de FIV com ICSI.
Descrição
Palavras-chave
Endometrite, Qualidade, Desenvolvimento, Oócito, Embrião