Massa do ventrículo esquerdo em relação a pressão arterial á monitorização ambulatorial (mapa)

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença silenciosa, multifatorial, com elevada prevalência no Brasil e no mundo, especialmente em países de baixa e média renda. Seu diagnóstico e monitoramento adequado são essenciais para evitar complicações cardiovasculares graves, como a hipertrofia do ventrículo esquerdo (HVE), frequentemente identificada por meio do ecocardiograma (ECO), exame complementar não invasivo e de alta acurácia. A monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), por sua vez, é considerada padrão ouro para avaliação do comportamento pressórico ao longo de 24 horas. Ainda são escassos os estudos que relacionam o comportamento da pressão arterial (PA) à massa do ventrículo esquerdo (MVE), especialmente em diferentes perfis populacionais. Objetivo: Avaliar a MVE em relação à PA em pacientes submetidos à MAPA em um serviço especializado em Salvador, Bahia. Metodologia: Estudo transversal, com amostra de conveniência composta por 232 pacientes submetidos à MAPA e ECO entre 01/04/2021 e 01/04/2023, em um centro diagnóstico especializado em Salvador, Bahia. Foram incluídos pacientes ≥ 18 anos, que realizaram ambos os exames no intervalo de até 6 meses e excluídos os com laudos dos exames incompletos, doenças neurológicas, em tratamento oncológico. Os dados foram coletados dos laudos de MAPA e ECO, sendo analisadas variáveis demográficas, PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD) descenso noturno (DN), diâmetros e espessura do septo e parede posterior do ventrículo esquerdo (VE), massa do VE (MVE), índice de MVE (IMVE) e padrões de geometria do VE. Para análise dos dados se utilizou estatística descritiva, testes t de Student, Mann Whitney e Qui-quadrado, com p0,05. Enquanto que, a comparação entre A MVE e o IMVE em relação a conclusão da MAPA normal ou alterado respectivamente, houve diferença estatisticamente significante p=0,004 e p=0,005. Conclusões: A frequência de HVE foi significante; a MVE foi maior nos pacientes com PAS e PAD total, em vigília e no sono, mais elevadas, contudo, essa diferença não alcançou significância estatística e ao comparar a conclusão da MAPA em relação a MVE, houve maior frequência de elevação da MVE nos pacientes com MAPA alterado, alcançando significância estatística, o que pode sugerir, provável associação entre alteração do comportamento da PA à MAPA e elevação da MVE entre os pacientes estudados.

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Palavras-chave

Hipertrofia ventricular esquerda, Pressão arterial, MAPA, Ecocardiograma, Hipertensão arterial sistêmica

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