Eficácia do uso de lactobacillus acidophilus e bifidobacterium lactis no tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica e resistência à insulina em adolescentes obesos: ensaio clínico randomizado
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Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Resumo
Introdução: A DHGNA é a causa mais comum de doença crônica hepática em adultos e
crianças. A patogênese da DHGNA está parcialmente elucidada; descrita como multifatorial, a
resistência periférica à insulina (RI) tem um papel importante, assim como o aumento do
estresse oxidativo com produção de radicais livres causando inflamação e fibrose. Vários
autores descrevem o papel da microbiota intestinal na patogênese da DHGNA, inclusive
sugerindo a sua implicação não só na indução da doença hepática, mas em sua progressão. O
tratamento recomendado inclui as mudanças de estilo de vida, que apresentam baixa adesão
entre crianças e adolescentes. Os estudos de intervenção com uso de probióticos são escassos
nesse grupo de pacientes, e por isso promissores. Objetivos: Verificar a eficácia do uso de
Lactobacillus Acidophilus e Bifidobacterium Lactis na redução da esteatose hepática e da
quantificação de gordura hepática, e nos parâmetros relacionados à resistência à insulina em
adolescentes obesos. Método: Trata-se de um estudo clínico, duplo-cego, randomizado e
controlado com placebo cuja intervenção possui duração de 16 semanas. A intervenção
consistiu na administração da combinação dos probióticos Lactobacillus acidophilus LA-5® e
Bifidobacterium lactis BB-12®, contendo 1 x 109 Unidades Formadoras de Colônias (UFC) de
cada um dos probióticos, na forma de pó liofilizado, administrado por via oral, uma vez ao dia.
Vinte e oito crianças e adolescentes foram acompanhados com avaliações clínicas e nutricionais
e realização de exames laboratoriais e ressonância magnética de fígado no baseline e no final
da intervenção. Resultados: Dentre os adolescentes do grupo placebo(N=12), 3(25%)
apresentaram piora na classificação da gravidade da esteatose hepática segundo o valor do
PDFF na ressonância magnética. No grupo que recebeu probióticos(N=14), apenas 1(7,1%)
apresentou piora. Observou-se uma redução média da diferença percentual nos valores de
rigidez hepática entre a semana 16 e a linha de base, para o grupo probiótico, enquanto houve
aumento médio no grupo placebo (-4,77[13,28] vs. 3,03[12,01]; p=0,045). Não observamos
alterações estatisticamente significantes para valores medianos da ALT antes e após
intervenção em ambos os grupos, sem diferença entre os mesmos (p = 0,216). Após a
intervenção, os valores finais da glicemia (p=0,043), insulina (p<0,001) e HOMA-IR (p<0,001)
avaliados, aumentaram entre os adolescentes estudados de modo global, independente do grupo
de estudo. Para o IMC, o percentual de gordura corporal e a circunferência da cintura, não foi
observado aumento e/ou redução significante entre os quatro períodos de avaliação (baseline,
semanas 6, 12 e 16). Conclusões: Não foram observadas diferenças estatisticamente
significantes entre os grupos em relação à redução de valores de percentual de gordura hepática
ao PDFF e igualmente para os parâmetros relacionados à resistência à insulina; entretanto, no
grupo que recebeu intervenção apresentou redução significativa dos valores relacionados a
rigidez hepática.
Descrição
Palavras-chave
Esteatose hepática, Probióticos, Adolescentes, Obesidade, Resistência à insulina