Perfil clínico e epidemiológico dos pacientes hipertensos atendidos no “ambulatório da comunidade” da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública no ano de 2022

Abstract

Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível de elevada prevalência no Brasil e constitui importante fator de risco para complicações cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo essencial o acompanhamento contínuo desses pacientes na Atenção Primária à Saúde (APS) por meio de linhas de cuidado bem estruturadas. Objetivos: Este estudo teve como objetivo analisar o perfil clínico-epidemiológico e o fluxo de encaminhamentos de pacientes hipertensos atendidos em um ambulatório docente-assistencial da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, no ano de 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e retrospectivo, baseado na análise de 179 prontuários de pacientes diagnosticados com HAS, com pelo menos duas consultas registradas entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, utilizando dados secundários extraídos do sistema de prontuários eletrônicos “SMART Web” e analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Os resultados evidenciaram predomínio de pacientes do sexo feminino (71,5%), com idade mediana de 63 anos e índice de massa corporal mediano de 30,5 kg/m², além de elevada prevalência de comorbidades, principalmente distúrbios glicêmicos (63,1%) e dislipidemia (60,3%). Em relação aos encaminhamentos, observou-se maior frequência para cardiologia (15,1%), neurologia (12,8%) e oftalmologia (11,2%), com predomínio de critérios clínicos compatíveis com os recomendados pelas diretrizes nacionais. O número de encaminhamentos para equipes multidisciplinares, como fisioterapia (15,6%) e psicologia (8,9%), refletiu o alto índice de queixas osteomusculares e de transtornos psiquiátricos, respectivamente. Conclusão: Conclui-se que a população hipertensa atendida apresenta elevado risco cardiovascular e perfil clínico complexo, demandando atenção integral e contínua, o que reforça o papel estratégico dos ambulatórios docente-assistenciais como facilitadores do acesso e como importantes dispositivos de apoio à APS na condução da linha de cuidado da hipertensão arterial no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS).