Uso da arte como educação humanística em faculdades de medicina do Brasil: uma análise qualitativa

Resumo

Introdução: A integração da arte como estratégia de humanização na formação médica é tema central deste estudo, alinhando-se às Diretrizes Curriculares Nacionais (2014), que priorizam a formação de médicos críticos e humanistas. Objetivo: Descrever a incorporação e a tipologia da arte como formação humanística nos currículos médicos das faculdades brasileiras. Metodologia: Buscou-se descrever como a arte é incorporada nos currículos das faculdades de medicina brasileiras, identificando modalidades artísticas utilizadas e formas de inclusão (obrigatória ou optativa). Para isso, realizou-se análise documental qualitativa dos Projetos Pedagógicos de 27 instituições de ensino médico, selecionadas proporcionalmente por região (segundo a Associação Brasileira de Educação Médica), utilizando a técnica de análise de conteúdo de Bardin para categorizar práticas artísticas. Resultados: Identificou-se que 40% das instituições não mencionam arte em seus currículos, enquanto 60% a incluem, predominantemente como atividades optativas (73%), com destaque para cinema (15 instituições), música (9) e teatro (4). Componentes obrigatórios apareceram em apenas 18% das instituições, como projetos Cine & Medicina (UFPB) e uso de filmes/literatura em mentorias (UNICENTRO), muitas vezes sem detalhamento metodológico. Conclusão: A arte, embora reconhecida como ferramenta para desenvolver empatia e reflexão, é subutilizada e fragmentada nos currículos médicos brasileiros, com ênfase em atividades passivas e optativas. Recomenda-se políticas nacionais para integrá-la de forma obrigatória, alinhada às diretrizes vigentes, além de capacitação docente e estudos que avaliem seu impacto na formação de profissionais humanizados, garantindo equidade na qualidade do ensino médico em todas as regiões do país.

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Palavras-chave

Arte, Humanização, Educação Médica

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