Avaliação do efeito imunomodulador de vesículas extracelulares derivadas de células tronco mesenquimais do cordão umbilical humano na infecção in vitro por Leishmania braziliensis

Resumo

Introdução: As Leishmanioses são doenças tropicais negligenciadas causadas por protozoários do gênero Leishmania. Na Leishmaniose Cutânea Localizada, ocorre o surgimento de ferida com bordas elevadas e fundo necrótico. No Brasil, a doença é causada principalmente pela espécie L. braziliensis, que estimula no hospedeiro uma forte resposta do tipo TCD4+ Th1 que, quando desregulada, colabora com a progressão da lesão. Atualmente, o tratamento das leishmanioses enfrenta desafios, devido a sua alta toxicidade. As VEs são nanopartículas que possuem papel fundamental na comunicação intercelular, transportando moléculas bioativas para a célula alvo. Considerando que a resposta imunológica exagerada está ligada à progressão da doença, propomos avaliar o efeito de Vesículas Extracelulares (VEs), derivadas de Células Tronco Mesenquimais (MSCs), na infecção por Leishmania. Objetivos: Avaliar o efeito de VEs derivadas de MSCs do cordão umbilical humano em macrófagos murinos infectados com L. braziliensis e em células HaCat in vitro. Métodos: Para investigar o efeito destas VEs nos macrófagos infectados com L. braziliensis, foram feitos experimentos in vitro de taxa de infecção, a partir da porcentagem de células infectadas e do número de amastigotas e a avaliação do perfil das células por imunofenotipagem. Nas células HaCat, o efeito foi avaliado por meio de ensaios de cicatrização e migração. Resultados: A exposição de células infectadas por L. braziliensis às VEs acarreta na diminuição da carga parasitária e no aumento da expressão de moléculas de superfície características do perfil M2. O estímulo de células HaCat com VEs promoveu a cicatrização no ensaio Scratch e a migração das células no sistema Transwell. Conclusão: O tratamento com as VEs derivadas de MSCs leva à diminuição na carga parasitária, modulação na produção de mediadores imunes e estimula a cicatrização. Estes resultados demonstram que as VEs possuem potencial de aplicação no tratamento da LCL.

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Palavras-chave

Células tronco mesenquimais, Vesículas extracelulares, Leishmaniose cutânea localizada, L. braziliensis, Tratamento

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