Características clínicas de indivíduos com insuficiência cardíaca em unidade cardiovascular

Abstract

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) pode resultar de qualquer condição cardíaca que reduz a capacidade de bombeamento do sangue pelo coração. No contexto da alta morbidade e mortalidade cardiovascular, representa um problema de saúde pública de ampla magnitude, pois apresenta incidência e prevalência elevadas em todo o mundo, além de altos índices de reinternações, comprometendo grande parte dos recursos públicos e privados. Objetivo: Descrever as características clínicas de indivíduos com IC em unidade cardiovascular. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, realizado a partir de dados coletados em prontuários de indivíduos que estiveram hospitalizados na unidade cardiovascular de um Hospital Universitário do município de Salvador, Bahia, no período de 01 de Junho de 2015 a 30 de Junho de 2016. Os dados coletados foram tabulados e processados por meio do software SPSS versão 21.0 for Windows, através de estatística descritiva, e foram apresentados em tabelas, sendo também apresentado médias e desvio padrão. Resultados: Foram analisados 120 prontuários de usuários com IC, sendo verificada uma distribuição equitativa entre os sexos. Houve predomínio de indivíduos idosos (53,0%), com idade média de 59,58 anos (dp ± 17,2 anos); e da raça/cor parda (60,8%). Com relação à caracterização clínica, predominou etiologia chagásica (25,0%); classe funcional – CF III (32,5%) e IV (28,3%); indivíduos não portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (81,7%); que realizaram ecocardiograma (87,5%); e apresentaram fração de ejeção reduzida (58,3%), de média 43,37 (dp ± 24,6). Quanto às características assistenciais, predominou tipo de internação clínica (81,7%); tempo de hospitalização até 30 dias (77,5%); e desfecho clínico alta hospitalar (89,2%). Conclusões: A IC acometeu homens e mulheres equitativamente, e em sua maioria idosos. A cardiomiopatia chagásica foi a principal causa da IC, a qual caracterizou-se, predominantemente, em estágios mais avançados (CF III-IV). Espera-se que os resultados favoreçam a elaboração de um plano de cuidados individualizado e criterioso, a fim de melhorar a qualidade da assistência direta ao adulto com essa patologia.