Análise do impacto do uso da creatina em indivíduos adultos e idosos não atletas: uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: A creatina (ácido metilguanidino-acético), descoberta no século XIX, é um metabólito estruturalmente semelhante a um aminoácido, com papel fundamental no metabolismo muscular, armazenada principalmente nos músculos esqueléticos, onde atua na ressíntese de ATP, essencial para a produção de energia durante o exercício. O interesse por sua suplementação aumentou após os Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, com relatos de seu uso por atletas. Apesar de sua popularização, a falta de informações sobre sua segurança e eficácia levou à proibição da comercialização no Brasil pela ANVISA, em 2003, sendo liberada em 2010. Objetivos: A revisão visa analisar o impacto do uso da creatina em adultos e idosos não atletas, avaliando níveis de massa muscular, ganho de força, regeneração e saúde mental, além de investigar riscos fisiológicos da suplementação. Metodologia: Essa revisão seguiu o protocolo PRISMA (2020), realizada a partir da seleção de artigos obtidos na plataforma de busca PubMed durante os meses de fevereiro a novembro de 2024, utilizando os descritores "creatine" AND "supplementation" NOT "athletes". Resultados e Discussão: Dos 20 estudos selecionados, 15 abordaram diretamente aspectos físicos, enquanto os outros cinco avaliaram os efeitos fisiológicos da suplementação. Além disso, quatro estudos analisaram efeitos na saúde óssea, mas nenhum apresentou resultados significativos. Conclusão: A suplementação de creatina é capaz de aumentar a força e os níveis de massa muscular, potencializar a regeneração e aspectos cognitivos, e, desde que em doses adequadas, não apresenta riscos fisiológicos a pessoas saudáveis.