Avaliação do perfil de morbimortalidade da dengue na Bahia (2013-2024): uma análise epidemiológica

Abstract

Os arbovírus são os agentes etiológicos da família Flaviviridae e são vírus cujo genoma possui grande capacidade de adaptação genética e alta taxa de mutação, permitindo que eles se ajustem tanto a hospedeiros vertebrados quanto invertebrados. As arboviroses são motivo de constante preocupação para a saúde pública, e sabe-se que o Brasil enfrenta um desafio crescente em relação à dengue, especialmente no que diz respeito à distribuição da incidência entre diferentes populações e aos fatores sociodemográficos associados a esses índices. Compreender melhor esses padrões é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e controle. No primeiro momento do estudo foi realizada uma análise epidemiológica descritiva de banco de dados secundários (SINAN, IBGE/SIDRA, INMET) durante o período de 2013 a 2024. A posteriori, foi realizada uma busca na literatura com o objetivo de investigar os fatores que possam estar associados à prevalência da doença no estado da Bahia. Observa-se um padrão sazonal e cíclico de surtos, com alta incidência em 2024, também foi observado um aumento significativo nas taxas de incidência de dengue em todos os grupos demográficos entre 2013 e 2024. Esse pico foi observado na população parda e nas faixas etárias de jovens a adultos (20-49). Em relação ao sexo, as mulheres apresentaram taxas de incidência mais altas do que os homens. Um achado importante deste estudo foi o aumento acentuado na ocorrência entre crianças menores de 1 ano. O estudo sugere necessidade de monitoramento contínuo e políticas públicas mais eficazes para controle da dengue, considerando fatores ambientais e socioeconômicos que influenciam a transmissão, também ressalta a necessidade de manter o investimento contínuo para o combate dessa doença.