Perfil clínico de pacientes portadores de doença crônica de fígado atendidos em um hospital de referência de Salvador-Ba

Abstract

Introdução: A Doença Crônica Parenquimatosa do Fígado (DCPF) compreende diversas condições hepáticas resultantes de diferentes causas. A Síndrome de Hipertensão Portal (SHP) é uma complicação frequente da DCPF, associada a hemorragias varicosas e alta morbimortalidade. Este estudo busca entender o perfil clínico de pacientes com SHP em um centro de referência na Bahia e compará-lo com dados globais. Utilizaremos modelos prognósticos, como o escore de Child-Pugh e o MELD, para identificar pacientes de alto risco. Os resultados contribuirão para melhores práticas clínicas e alocação de recursos, visando a prevenção de hemorragias varicosas. Objetivo: Este estudo tem como objetivo caracterizar o perfil clínico de pacientes com Síndrome de Hipertensão Portal atendidos no ambulatório de hepatologia do Hospital Geral Roberto Santos no período de 2019 a 2022. Metodologia: Este estudo observacional de 2019 a 2022 visa caracterizar o perfil clínico de pacientes com Síndrome de Hipertensão Portal atendidos no Ambulatório de Hepatologia do Hospital Geral Roberto Santos. A amostra inclui pacientes com Doença Crônica Parenquimatosa do Fígado, com idade ≥ 18 anos. Os dados foram coletados nos prontuários dos pacientes por meio de um formulário específico. As variáveis analisadas incluem idade, sexo, etiologia da doença hepática, escores de gravidade (CHILD e MELD), presença de carcinoma hepatocelular e terapia profilática para sangramento varicoso. O estudo foi conduzido com aprovação ética e os resultados contribuirão para uma melhor compreensão do perfil clínico de pacientes com Síndrome de Hipertensão Portal. Resultados: Foram coletados dados de 25 pacientes. A faixa etária mais prevalente foi 57-66 anos (48%), com predominância de pacientes do sexo masculino (76%). Doença Alcoólica do Fígado foi a etiologia mais comum da Doença Crônica Parenquimatosa do Fígado (31%), seguida por Esquistossomose e Doença Não Alcoólica Gordurosa do Fígado, ambas com 11%. Em 27% dos casos, a etiologia não foi informada. Na escala de Child-Pugh, a classe B foi a mais frequente (32%), com uma pontuação de 8 pontos sendo comum. No escore MELD, 20% dos pacientes foram classificados como risco moderado, e 16% como risco significativo. A presença de Carcinoma Hepatocelular (CHC) associado à Doença Crônica Parenquimatosa do Fígado foi observada em 72% dos casos. Betabloqueadores foram a terapia profilática primária mais utilizada (80%), com Carvedilol 3,125 mg sendo a dosagem predominante (50%), seguida por Propranolol 40 mg (20%). Conclusão: Este estudo forneceu informações valiosas sobre o perfil clínico de pacientes com Doença Crônica Parenquimatosa do Fígado (DCPF). Os resultados destacaram a complexidade e diversidade da doença, contribuindo para uma compreensão mais aprofundada. Esses achados têm o potencial de melhorar os cuidados médicos e a qualidade de vida dos pacientes com DCPF. Além disso, essa pesquisa pode servir como base para futuros estudos e políticas de saúde voltadas para essa população.