A proteína fibrilar ácida da glia como fator preditor de mau prognóstico no tce grave revisão sistemática

Abstract

Introdução: Traumatismo cranioencefálico (TCE) é definido como qualquer agressão traumática que cause lesão anatômica ou comprometimento funcional de: couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou de vasos da região craniana. Já a proteína fibrilar ácida da glia (GFAP - Glial fibrillary acidic protein) é um filamento monomérico intermediário de proteína presente no citoesqueleto dos astrócitos, sendo liberada após a morte dessas células, além do mais e não sendo encontrada rotineiramente no sangue periférico em situações que não estejam relacionadas a lesão do tecido encefálico. Objetivo: Avaliar, a partir da literatura científica, a utilização do GFAP como fator preditor de mau prognóstico no TCE grave. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando-se os descritores “traumatismo cranioencefálico”, “proteína glial fibrilar ácida”, “prognóstico” e seus sinônimos encontradas no DeCS e MeSH em inglês e português nas plataformas PubMed, Scielo, BVS, Embase e Lilacs de 2000 a 2022. Foram incluídos estudos de coorte que utilizaram seres humanos vítimas de TCE, com idade maior do que 15 anos e com avaliação do prognóstico após 6 meses. Resultados: Foram encontrados 171 estudos, dos quais 5 foram selecionados para a revisão. Foram incluídos 405 pacientes, dos quais 146 vieram a óbito, 211 tiveram desfecho desfavorável e 146 tiveram desfecho favorável. A mediana da dosagem sérica do GFAP dos pacientes que tiveram desfecho desfavorável variou de 0,0123 ng/mL a 2.19 ng/mL. Conclusão: Conclui-se que existe uma correlação direta entre o nível de GFAP e um desfecho desfavorável após 6 seis meses no TCE grave.