Prevalência de queixas reumatológicas em portadores de psoríase

Abstract

Introdução: A artrite psoriásica (AP) é uma doença que pode causar deformidades e complicações. Logo, estimar a prevalência de queixas reumatológicas, em portadores de psoríase, através da aplicação de instrumentos validados que rastreiam AP, como o PEST (Psoriasis Epidemiology Screening Tool) e o ToPAS II (Toronto Psoriatic Arthritis Screen II), é essencial para o diagnóstico precoce, evitando o comprometimento articular e significativa limitação funcional. Objetivos: Descrever a prevalência de queixas reumatológicas em portadores de psoríase através da aplicação dos questionários PEST e ToPAS II, as características epidemiológicas, tempo de diagnóstico de psoríase, índice PASI (Psoriasis Area and Severity Index) e avaliar a concordância entre os dois questionários. Métodos: Foram incluídos 30 pacientes portadores de psoríase atendidos em um ambulatório de referência, em acompanhamento regular na unidade em 2022. Os critérios de exclusão foram pacientes com diagnóstico prévio de alguma doença articular reumatológica inflamatória, além daqueles com dados inacessíveis nos questionários ou prontuários. Foram aplicados os questionários PEST e ToPAS II e posteriormente as pontuações totais de ambos foram calculadas, de acordo com os respectivos pontos de corte. Em prontuários digitais foram coletados dados como medicamentos em uso para psoríase, comorbidades, fármacos em uso para estas e PASI. Resultados: A principal queixa encontrada no PEST, foi dor no calcanhar (60%), no ToPAS II foi dor e rigidez nas articulações (80%). Os questionários apresentaram concordância moderada entre si, com índice kappa k=0,5 e valor p=0,0004. A maioria dos pacientes eram do sexo feminino, o tempo de diagnóstico de psoríase foi de 9 (± 5) anos, e a mediana do PASI foi de 2,3 (0,8 – 5,9). As comorbidades mais prevalentes foram dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus tipo II. Conclusão: A prevalência de queixas reumatológicas foi de 93,3% entre os portadores de psoríase. A alta prevalência demonstra a necessidade de implantação nos serviços de dermatologia do rastreio de AP entre os portadores de psoríase por meio de questionários já validados, visando o diagnóstico precoce do agravo. Faz-se necessário a continuação de pesquisas para avaliar se estas queixas se referem a AP ou outras doenças musculoesqueléticas.