Prevalência do uso de medicamentos psicotrópicos em pacientes homens com queixas de disfunção sexual em uma clínica particular de Salvador

Abstract

Introdução: Nos últimos anos, foi possível notar um crescente uso de medicamentos psicotrópicos, e por isso, vale ressaltar a necessidade de compreendê-los de melhor forma e os seus efeitos colaterais. Nesse sentido, o uso de diversos antidepressivos e antipsicóticos está atrelado com a disfunção sexual e erétil, através da sua farmacodinâmica e mecanismos de ação. Entretanto, a extensão dessa influência e prevalência nos mais diversos fatores sexuais, presentes em questionários verificados, de diagnóstico da função erétil/sexual, ainda não é totalmente esclarecida, abrindo, então, espaço para um maior aprofundamento no assunto. Objetivo: Descrever a prevalência e do uso das medicações psicotrópicas de pacientes homens em uma clínica particular de Salvador, que relataram queixas principais relacionadas à função sexual. Metodologia: o estudo foi realizado a partir da descrição de dados de prontuários, previamente efetuados, em uma clínica particular em Salvador-BA, especializada em andrologia e urologia. Foram coletadas às variáveis qualitativas e quantitativas, presentes nos prontuários eletrônicos, e descrição das suas prevalências. Apenas pacientes com histórico de disfunção sexual foram incluídos na amostra total, totalizando 54 pacientes. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da EBMSP, 63737922.9.0000.5544. Resultados: Foi encontrada uma prevalência de 24,1% de pacientes com uso de psicotrópico na amostra coletada. Desses pacientes, a categoria de psicotrópico com mais prevalência foram os antidepressivos atípicos com 38,5%, seguido pelos ISRSs (inibidores seletivos de recaptação de serotonina) e ISRNS (inibidores seletivos de recaptação de serotonina e de noradrenalina) com 30,8%. Por fim, as substâncias psicotrópicas que se mostraram mais prevalentes nesses pacientes foram o escitalopram, sertralina, venlafaxina e trazodona, todos com 23,1%. Conclusão: o estudo corrobora com ideias vigentes que existe uma importante prevalência do uso de psicotrópicos em pacientes com disfunção sexual, além de ampliar o estudo mais específico acerca das outras variáveis descritas, como idade dos pacientes, categoria de psicotrópicos utilizado e a substância.