Avaliação da prevalência de esquistossomose em trabahadores de hortifruticulturas na cidade de Salvador-Bahia

Abstract

Em 2011, um trabalho de nossa equipe descreveu uma área de agricultura local, em Salvador, com alta prevalência de esquistossomose e indicando um alto risco entre os trabalhadores. Este trabalho visa descrever a prevalência Schistosoma mansoni em trabalhadores agrícolas locais, além de verificar a intensidade de infecção e eficácia no tratamento. Cada trabalhador que acei-tou participar do projeto respondeu a um questionário epidemiológico e forneceu uma amostra fecal, que foi avaliada pelo método Kato-Katz (duas lâminas). Indivíduos positivos para S. man-soni foram tratados com praziquantel e albendazol quando infectados por outras helmintíases. Das 43 hortas existentes em 2013, 18 ainda permanecem ativas, distribuídas em 4 distritos sa-nitários da cidade de Salvador. Foram incluídos 36 trabalhadores sendo 83,3% (30/36) do sexo masculino com uma média de idade de 51,1 ± 14,6 anos. A maioria dos indivíduos (80,5%) eram nascidos fora de Salvador. Cerca de 41,1% dos indivíduos indicaram que já tiveram es-quistossomose. A prevalência de S. mansoni, entre as hortas avaliadas, foi de 27.7% (5/18). Entre os trabalhadores, de forma global, a prevalência de esquistossomose foi de 25% (9/36). Outras helmintíases foram encontradas em 13,8% (5/36) dos indivíduos, sendo identificadas amostras de Trichuris trichiura e ancilostomídeos. Neste estudo foram encontrados valores de prevalência superiores ao último inquérito nacional realizado pelo Ministério da Saúde, de-monstrando a existência de micro-áreas com alta positividade e que demandam políticas públi-cas de atenção e cuidado para essas populações vulneráveis.