Avaliação da segurança e da eficácia do uso da policaprolactona como preenchedor facial – revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÃO: A policaprolactona é um polímero sintético e biocompatível amplamente utilizado na área da saúde, cuja característica fundamental é a capacidade de estimular a biossíntese de colágeno do tipo 1. Já a carboximetilcelulose é um polissacarídeo capaz de formar um gel carreador de biodegradação lenta. Por isso, a associação da policaprolactona com a carboximetilcelulose surge como potencial preenchedor facial que pode propiciar o aumento do volume tecidual de forma imediata e prolongada. OBJETIVO: Avaliar a segurança e a eficácia da policaprolactona em pacientes submetidos a preenchimento facial, além da durabilidade, da ocorrência de efeitos adversos e da formação de novas fibras de colágeno. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática que seguiu as recomendações propostas pelo Checklist PRISMA. A busca de literatura foi realizada nas bases de dados MEDLINE/ Pubmed, Cochrane, Scielo, Embase e literatura cinzenta. Os títulos e os resumos de todos os estudos foram avaliados utilizando o aplicativo Rayyan. As informações obtidas incluíram: título, data de publicação, país de origem, desenho do estudo, tamanho amostral, sexo dos participantes, região facial da aplicação da intervenção, escalas de volumização facial e efeitos adversos. O risco de viés dos estudos foi avaliado por dois pesquisadores, de forma independente, por meio da escala Physiotherapy Evidence Database (PEDro). RESULTADOS: Ao todo, 8 estudos foram analisados e englobaram uma amostra de 462 pacientes submetidos à intervenção. Em 7 destes artigos, a eficácia foi avaliada através da aplicação da escala GAIS pelos avaliadores, com média foi superior ao score 1.0 (“melhora”) durante os intervalos de acompanhamento. Além disso, em 5 estudos também foi utilizada a escala WSRS para analisar a melhora das linhas faciais, obtendo-se resultados positivos e persistentes. Ademais um estudo ultrassonográfico e histológico demonstrou a eficácia do produto pelo aumento significativo da espessura da pele do rosto, havendo a formação de novas fibras de colágeno do tipo I e do tipo III. Não houve relatos de efeitos adversos graves ou específicos da policaprolactona. A média do escore de risco de viés dos estudos foi 7 (moderado). CONCLUSÃO: A policaprolactona apresentou um elevado e persistente percentual de melhora estética e baixa ocorrência de efeitos adversos importantes, mostrando-se eficaz e segura quando utilizada como preenchedor dérmico em procedimentos faciais.