Uso de probióticos e seus efeitos nos sintomas da depressão

Abstract

Introdução: A depressão, transtorno psiquiátrico marcado principalmente por mudança de humor e outros achados cognitivos, clinicamente conhecida como transtorno de depressão maior (TDM), é uma doença de acometimento mundial, em clara expansão de números de diagnósticos, sendo, o Brasil, o segundo país mais prevalente da doença nas américas. É responsável, por potência dos seus sintomas e pela alta prevalência, por significativo dano social, produtivo e financeiro; além do sofrimento psiquiátrico. O tratamento usual é baseado em psicoterapia e farmacologia, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina e noradrenalina, inibidores da monoaminooxidases e antidepressivos tricíclicos. Ultimamente, como tratamento adjuvante, o uso de probióticos, bactérias comensais, tem surgido como esperança na mitigação dos sintomas, visto que a microbiota intestinal é responsável pela produção de neurotransmissores; nomeando essa interação de eixo cérebro-intestino. Assim avaliar a eficácia desse tratamento adjuvante e alternativo é o objetivo dessa revisão. Objetivo: Avaliar a efetividade do uso de probióticos no tratamento do transtorno de depressão maior. Metodologia: O presente estudo é uma revisão sistemática de literatura baseada no protocola Prisma. Realizou-se uma busca de ensaios clínicos randomizados nas plataformas PUBMED/MEDLINE e Scielo por meio de descritores relacionados com o tema e os booleanos necessários. Os estudos foram avaliados por dois revisores independentes. Nas línguas português, inglês e espanhol, entre 2010 e 2024, puderam ser analisados. Foram excluídos: relatos de casos, revisões sistemáticas, sopping review e letters. A qualidade dos artigos foi avaliada por meio do método Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT). Resultados: Os cinco estudos incluídos, todos com cegamento ao menos duplo e comparados com placebo, avaliaram os sintomas de depressão em pacientes diagnosticados com depressão e sob medicação convencional, durante 4 a doze semanas, de 49 a 120 pacientes (total 360), na Europa e Oceania. Usaram cepas de com Lactobacillus, Bifidobacterias, Lactococcus e Streptococcus. Encontroou-se melhora na memória, atenção, função executiva e cognição, bem-estar; na escala Hamilton, os estudos registraram diminuição no grau dos sintomas depressivos em comparados com os grupos placebo. Conclusão: Como tratamento adjuvante, há melhorias nas funções cerebrais e nos sintomas depressivos, com leves efeitos colaterais e pode ser usada com potencializador do tratamento médico na TDM, visto seu excelente custobenefício. Sendo importante mais estudos para selecionar as melhores cepas.