Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com síndrome respiratória aguda grave por covid-19 com hipertensão arterial sistêmica. salvador-bahia. 2020-2023

Abstract

INTRODUÇÃO: Um novo vírus RNA de fita simples e envelopado, da família Coronaviridae o SARS-CoV-2, foi inicialmente identificado em doentes com infecção respiratória aguda grave (SARS) e denominado de COVID-19, na cidade de Wuhan na China em dezembro de 2019. Desde então, espalhou-se pelo mundo, e a grande maioria dos pacientes apresentam quadros leves ou assintomáticos, no entanto em torno de 5% a 10% podem cursar com formas mais severas e graves podendo ocorrer óbito. Os principais fatores de risco são idade avançada e comorbidades como hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitius (DM) e obesidade. Sendo HAS a mais prevalente das implicações cardiovasculares em pacientes com SRAG por COVID-19. OBJETIVO: Analisar o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com SRAG por COVID-19 com HAS em Salvador-Bahia entre 2020 e 2023, a distribuição temporal e espacial, características demográficas, clínicas, laboratoriais e evolução dos casos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo com dados secundários do Sistema de Informações sobre Gripe (SIVEP_Gripe), disponibilizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador-Bahia, utilizando como variáveis: data de início dos sintomas, local de residência por distrito sanitário, sexo, idade, sintomatologia, critério diagnóstico e evolução. As variáveis categóricas serão expressas em valores absolutos e relativos e as quantitativas em medianas e intervalo interquartil. Para verificação de diferenças estatisticamente significantes será utilizado o teste de Qui-Quadrado, t de student e Mann Whitney quando indicados. Para verificação da tendência temporal será utilizado a Regressão linear Simples. Será considerado como significância estatística p<0,05. RESULTADOS: Dos 5.275 casos de SRAG por COVID-19, variando de 2.944 (55,8%) em 2021 a 77 (1,5%) em 2023, tem-se em 2021 o maior pico, 242 casos, ocorrendo na semana epidemiológica 9. O distrito sanitário com maior proporção foi 1.172 casos em Barra/Rio Vermelho. Dos valores validos, 2.371 (67,3%) eram pardas. O sexo masculino, teve 2.755 casos (52,2%) e o feminino, 2.520 casos (47,8%). A maior proporção de casos foi na faixa etária entre 58 e 77 anos, 2.467 (46,8%). A sintomatologia que teve maior proporção de casos foi tosse 3.655 (69,3%), seguido de dispneia 3.282 (62,2%), febre 3.234 (61,3%). A maior prevalência de comorbidades foi DM 2.344 (44,4%), seguido de cardiopatia 1.798 (34,1), obesidade 857 (16,2%). Para aqueles cuja evolução era conhecida, 5.014 (95,1%), 1.649 foram à óbitos, o que representou letalidade total de 32,9%. CONCLUSÃO: Distritos sanitários densamente povoados e com muitos idosos, principalmente pessoas pardas, foram os mais afetados, sendo homens e idosos os grupos mais acometidos por questões biológicas, sociais e comorbidades. Ademais, tosse, dispneia e febre foram os sintomas predominantes, enquanto Diabetes mellitus, cardiopatia e obesidade foram as comorbidades mais prevalentes. A maioria dos hospitalizados necessitou suporte ventilatório não invasivo e UTI em casos graves, sendo 1.649 casos evoluídos para óbitos, influenciado com uma letalidade total de 32,9%.