Mortalidade por HIV em mulheres de idade fértil na bahia entre 2000 e 2022

Abstract

Introdução: A mortalidade por HIV em mulheres de idade fértil na Bahia é um importante indicador de saúde pública, com variações ao longo dos anos que refletem tanto os avanços quanto os desafios no controle da doença. Objetivo: Analisar a mortalidade por HIV entre mulheres de idade fértil na Bahia no período de 2000 a 2022, com foco nas variações temporais e nos fatores associados ao aumento ou redução das taxas de mortalidade. Metodologia: Estudo epidemiológico ecológico descritivo, baseado em dados secundários extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Resultados: Entre os anos 2000 e 2022, foram registrados 3.194 óbitos de mulheres em idade fértil causados por HIV, na Bahia, correspondendo a 2,8% do total de óbitos. O perfil principal dessas mulheres é de mulheres pardas, solteiras, na faixa de idade de 30 a 39 anos, com escolaridade de 4 a 7 anos. Além disso, com relação a taxas de mortalidade, houve uma redução gradual até 2015, com uma queda de 25% em relação ao início do período; no entanto, a partir de 2016, observou-se uma tendência de aumento, com taxas que subiram em 15% até 2022, especialmente em áreas com menor acesso a serviços de saúde e menor adesão ao tratamento antirretroviral, onde as taxas alcançaram 30 mortes por 100.000 mulheres, em comparação com 18 mortes por 100.000 em regiões com melhor acesso. Conclusão: Apesar da redução inicial nas taxas de mortalidade por HIV, as desigualdades no acesso aos cuidados de saúde e às políticas de prevenção precisam ser abordadas para garantir uma melhoria sustentada na saúde dessa população. Este trabalho evidencia a importância de políticas públicas direcionadas e práticas clínicas eficazes que considerem as desigualdades regionais. Além disso, este trabalho ressalta a importância da realização de estudos adicionais que também explorem outras questões individuais relevantes. Investigações comparativas com outros estudos também podem oferecer reflexões valiosas, contribuindo para um entendimento mais profundo e abrangente da mortalidade por HIV nessa população.