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Título: Impacto da pandemia por Covid-19 na taxa de suicídios no Brasil: uma análise temporal de 2002 a 2022
Autor(es): GUIMARÃES, Bruno de Brito
Palavras-chave: Saúde Mental
Taxa de suicídios
COVID-19
Data do documento: 2024
Resumo: Introdução: a decretação da Pandemia de COVID-19 pela Organização Mundial da Saúde durou de 11 de março de 2020 a 30 de janeiro de 2023. Durante esse período, o mundo inteiro passou por situações de medo, angústia, crises econômicas e por políticas de isolamento social, com efeitos na saúde mental das populações. Portanto, é importante compreender como as taxas de suicídio no Brasil, um país gravemente afetado pela Pandemia, se comportaram diante deste fato. Objetivos: analisar o impacto da pandemia de COVID-19 sobre as taxas de suicídio ou no perfil epidemiológico de indivíduos que vieram a óbito por suicídio no Brasil entre os anos de 2020 e 2022. Metodologia: foi realizado um estudo observacional epidemiológico de corte transversal, a partir de dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do DataSUS. A população de estudo foram os óbitos causados por lesões autoprovocadas intencionalmente (CID-10 X60 a X84). Para se estimar o excesso de mortes por suicídio, foi construído um modelo contrafactual para os anos da Pandemia (2020-2022) com base nos anos da série histórica de 2002 a 2019, aplicando-se uma modelagem estatística aplicando Modelos Lineares Generalizados (GLM), com análise de variância (ANOVA). Foi também analisado o comportamento independente das variáveis de sexo, faixa etária, região, cor, escolaridade e método de suicídio. Resultados: foi verificada tendência crescente e estatisticamente significante (R2 = 0,8841; β0 = 654,77; β1 = 0,5853; β2 =0,0076; P ≤ 0,01) para as taxas de suicídio entre 2002 e 2019. Para os anos da Pandemia, quando comparados com o contrafactual, houve um excesso de 2.208 óbitos por suicídios, sobretudo nos anos de 2021 e 2022. O perfil epidemiológico preponderante durante a Pandemia foi de homens (taxas de 10,50, 11,57 e 13,10 óbitos/100.000 habitantes para os anos de 2020, 2021 e 2022, respectivamente), da região Sul (taxas de 10,37; 11,44 e 12,35 óbitos/100.000 habitantes para os sobreditos anos, respectivamente), com mais de 80 anos (taxas de 10,64, 11,54 e 10,71 óbitos/100.000 habitantes, respectivamente), de maior escolaridade (32,87% dos óbitos do triênio) e de cor branca (47,03% dos óbitos). O método de suicídio mais utilizado foi o enforcamento (71,65% dos óbitos). Conclusão: durante o período de 2020 a 2022, houve um excesso de óbitos por suicídios em relação à expectativa para o período; homens provenientes da região Sul, com idade superior a 80 anos, sendo o desfecho proporcionalmente maior em brancos e de escolaridade de 8 a 11 anos, apesar da alta taxa de óbitos para a qual a escolaridade era desconhecida; o método de suicídio mais utilizado durante toda a série histórica foi o enforcamento, notando-se o aumento histórico da autointoxicação por substâncias químicas e por medicamentos.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/9007
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