Perfil sociodemográfico e clínico de pacientes atendidos em um ambulatório docente assistencial um corte transversal

Abstract

Introdução: Os Ambulatórios Docentes Assistenciais (ADAs) são locais de atendimento em saúde que atuam como extensão universitária, fornecendo campo prático aos estudantes da área e serviços à população vinculada ao SUS. Considerase que a oferta desses serviços deve estar associada a população a qual favorece e ser resultante dos perfis sociodemográficos e clínicos dos usuários. Nesse contexto, inserem-se os ADAs, que geram um movimento de fortalecimento da formação em saúde e indutor de mudanças a partir da aproximação do ensino com a atuação profissional. Assim, o Ambulatório de Medicina, Família e Comunidade, lócus deste estudo, tem foco em demandas básicas da comunidade, funcionando no princípio de atendimento à população vinculado ao apoio acadêmico dos cursos de uma faculdade do segmento privado. Objetivo: Traçar o perfil sociodemográfico e clínico, de pacientes cadastrados no ambulatório docente assistencial de Medicina, Família e Comunidade de uma faculdade privada da cidade de Salvador. Metodologia: Tratase do recorte de um estudo misto (quantitativo e qualitativo intitulado “Gestão do Cuidado em um Ambulatório Docente Assistencial (ADA) de Medicina, Família e Comunidade”. Este recorte é um estudo observacional, tipo transversal, descritivo, que utiliza dados secundários. A população do estudo foi composta por usuários cadastrados no ADA. Foi realizado cálculo amostral para população do estudo. Os dados foram coletados através de formulário contendo as variáveis sociodemográficas e clínicas dos usuários. Estes foram armazenados no Soft IBM SPSS. Resultados: Foram analisados 385 prontuários de pacientes assistidos por ADA em Salvador, Bahia. A maioria dos pacientes era do sexo feminino (71,9%), com mediana de idade de 58 anos e índice de massa corporal (IMC) mediano de 28 kg/m², indicando tendência ao sobrepeso. Entre as comorbidades cardiovasculares, destacaram-se hipertensão arterial (57,7%) e dislipidemia (49,6%). A prevalência de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) foi de 26,5% (11,2% DM2 não-insulinodependentes e 15,3% DM2 insulinodependentes). No grupo osteomuscular, observou-se artralgia (15,3%) e osteoartrose (14,0%). Comorbidades psicológicas e neurológicas mais frequentes incluíram ansiedade (17,7%) e insônia (11,9%). Obesidade (36,9%) e sobrepeso (16,4%) também apresentaram alta prevalência. Conclusão: O estudo contribui significativamente para o conhecimento sobre o perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes com DCNT atendidos em do perfil dos pacientes atendidos na ADA. Destaca-se que os resultados obtidos poderão subsidiar na proposição para criação de fluxos que podem possibilitar o acesso as Redes de Atenção à Saúde do Município de Salvador, tornando mais evidente a importância desses serviços na identificação precoce e manejo adequado das condições crônicas de saúde.