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Título: Qualidade de vida de pacientes com anemia falciforme em uso e não uso da hidroxiureia
Autor(es): SANTOS, Mila Seixas de Oliveira
Palavras-chave: Anemia Falciforme
Qualidade de Vida
Hidroxiureia
Data do documento: 2024
Resumo: Introdução: A Anemia Falciforme (AF) é uma das doenças genéticas de maior prevalência no mundo, com números expressivos no Brasil, mas que é alvo de uma histórica negligência, devido à qual há ainda hoje um escasso aporte literário e científico a ela destinados. Trata-se de uma doença crônica e cujas formas de manifestação aguda trazem alto grau de sofrimento para seus portadores, gerando comprometimento tanto físico como biopsicossocial. Para o tratamento dessa enfermidade, tem-se, atualmente, um único medicamento aprovado pela ANVISA com potencial de modificação da doença: a Hidroxiureia (HU), fármaco cujo mecanismo molecular de ação para contrabalancear eventos fisiopatológicos da Anemia Falciforme são conhecidos, mas seu impacto macrodimensional, na Qualidade de Vida (QV) do paciente, ainda é pouco esclarecido. Objetivos: verificar o impacto da Hidroxiureia na QV de pacientes com Anemia Falciforme, bem como avaliar se o tempo de uso de HU influencia na qualidade de vida de pacientes com Anemia Falciforme e testar associação entre uso de Hidroxiureia e a presença de manifestações agudas da Anemia Falciforme. Métodos: estudo observacional de corte transversal que realizou a análise objetiva da qualidade de vida de pacientes adultos com diagnóstico de Anemia Falciforme, por meio da aplicação de um questionário internacional, validado e específico para QV em Doença Falciforme, o ASCQ-Me® (Adult Sickle Cell Quality of Life Measurement), em pacientes atendidos no Centro Estadual de Referência às Pessoas com Doença Falciforme, em Salvador-BA. Resultados: Os resultados do estudo indicam que, entre os 84 pacientes com Anemia Falciforme, mais da metade (58,3%) faz uso de HU, com um tempo mediano de uso de 8 anos. Manifestações agudas da doença foram relatadas por 75% dos pacientes, sendo a mais frequente a crise vaso-oclusiva (60,7%). A análise dos domínios da qualidade de vida mostrou diferença significativa no Impacto no Sono e no Histórico Clínico entre usuários e não usuários de HU, com escores mais elevados nos que usam a medicação. O escore global de QV também foi significativamente maior no grupo em uso de HU. Além disso, na análise da QV categorizada em 3 níveis, uma maior proporção de pacientes em uso de HU teve boa qualidade de vida, enquanto os não usuários apresentaram maior frequência de qualidade de vida ruim. Foi observada correlação inversa entre o escore de qualidade de vida e o domínio episódios de dor. Contudo, não houve correlação significativa entre o tempo de uso de HU e a QV, nem diferença significativa na presença de manifestações agudas da doença entre usuários e não usuários de HU. Conclusão: Esse estudo demonstrou que a terapia com HU melhora a qualidade de vida do paciente adulto com Anemia Falciforme, especialmente no impacto positivo sobre a qualidade do sono. Assim, além da melhora em parâmetros laboratoriais, a HU proporciona benefícios mensuráveis perceptíveis ao paciente, promovendo uma modificação positiva na evolução da doença.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/8957
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