Desarterialização hemorroidária transanal guiada por doppler versus guiada por palpação digital uma revisão sistemática e metanálise

Abstract

Introdução: A desarterialização hemorroidária transanal (THD) é amplamente utilizada no tratamento da doença hemorroidária (DH). No entanto, ainda há debate sobre o benefício do uso do ultrassom Doppler, uma tecnologia mais cara, para identificar as artérias a serem ligadas. Objetivos: Comparar, por meio de uma revisão sistemática e metanálise, a THD guiada por Doppler com a THD guiada por palpação digital em relação aos desfechos pós-operatórios. Métodos: Foram incluídos ensaios clínicos randomizados que compararam THD com e sem o uso de Doppler. Pesquisas foram feitas nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane. Os desfechos analisados foram dor no pós-operatório mediato (1º ao 7º dia), prolapso (após 12 meses), sangramento (após 6 meses), tempo de cirurgia e satisfação dos pacientes. A análise estatística foi feita com o software RevMan Web, expressa em diferença média (MD), diferença média padronizada (SD) e razão de chances (OR). Resultados: Foram incluídos 961 pacientes de 10 ensaios clínicos randomizados, com acompanhamento de 6 meses a 3 anos. Não houve diferença significativa entre o uso ou não de Doppler em termos de sangramento em 6 meses (OR 1.38; IC 95% 0.68 - 2.79; P = 0.62), prolapso em um ano (OR 1.60; IC 95% 0.62 - 4.13; P = 0.08) e dor no pós-operatório mediato (MD 0.78; IC 95% -0.51 - 2.07; P = 0.24). O tempo de cirurgia também não apresentou diferença significativa entre as técnicas (MD 3.87; IC 95% -18.94 - 26.67; P = 0.74). Conclusão: A revisão sugere que não há diferença significativa entre THD guiada por Doppler e THD guiada por palpação digital em relação aos principais desfechos clínicos. Isso aponta para a possibilidade de realizar o tratamento com eficácia semelhante e menor custo, ampliando o uso da técnica em diferentes contextos clínicos.