O uso da música como estratégia para a prevenção de delirium em adultos hospitalizados uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: Delirium é uma síndrome neuropsiquiátrica aguda que apresenta flutuações do nível de consciência, cognição, atenção e comunicação, com maior prevalência entre pacientes hospitalizados, especialmente idosos. Abordagens nãofarmacológicas são as mais recomendadas para prevenção desse quadro, dentre essas há a musicoterapia. Essa estratégia apresenta benefícios comprovados para a cognição, bem-estar emocional e qualidade de vida de pacientes com variados distúrbios neurológicos. Além disso, por ser segura, acessível e pouco invasiva, aparenta ser uma opção vantajosa que merece maior atenção e pesquisa. Objetivo: Sintetizar as evidências sobre o uso de música para a prevenção do delirium em adultos hospitalizados. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática tomando como referência as diretrizes do PRISMA. Foram feitas buscas nas bases de dados PubMed, EMBASE, SCOPUS, Lilacs e SciELO abrangendo ensaios clínicos randomizados publicados nos últimos 10 anos e teve como variáveis: idade, sexo, tempo de uso da terapia musical, objeto usado para a terapia musical, forma de utilização da música e método de avaliação do delirium. Os métodos de análise incluíram a revisão de dois autores, além da avaliação de viés metodológico para ensaios clínicos com a escala JBI. Os resultados foram sintetizados de forma descritiva utilizando-se de quadros e tabelas. Resultados: Foram encontrados 398 estudos, desses 6 foram incluídos nessa revisão. A falta de homogeneidade na aplicação da intervenção dificultou a comparação e a generalização de conclusões. Apenas um estudo apresentou resultados positivos quanto ao uso da música para prevenção de delirium em adultos hospitalizados. Para pesquisas futuras, precisa-se de protocolos claros para a aplicação dessa estratégia e estudos com maiores amostras. Conclusão: A música aparenta ser promissora para a prevenção do delirium. No entanto, há limitações relacionadas à falta de padronização e à quantidade limitada de estudos científicos sobre o tema.