Percepção de psicólogas sobre a clínica psicossocial com mulheres com transtornos mentais e vivências de maternagem

Abstract

Introdução: A vivência da maternidade para mulheres usuárias do SUS, que vivenciam transtornos mentais graves, demanda especificidades de acompanhamento para psicólogas especializados em saúde mental. Objetivo: Este estudo teve como objetivo conhecer a percepção de psicólogas(os) dos Caps da Bahia a partir do manejo assistencial da clínica psicossocial sobre a maternagem de mulheres atravessadas por transtornos mentais. O conceito de maternagem desenvolvido na presente pesquisa fundamentou-se na psicanálise de Winnicott (2021) que se encontra em diálogo com a experiência de psicólogas atuantes na clínica psicossocial na Bahia. Método: Pesquisa descritiva exploratória, construída com o método construtivo. As narrativas foram coletadas através de entrevistas semiestruturadas que investigaram o desenvolvimento da maternagem na clínica com mulheres com transtornos mentais. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública CAEE Nº 29653119.2.0000.5544. Foram realizadas entrevistas com cinco psicólogas(os) da clínica de Caps e Caps Ad na modalidade virtual. Resultados: No conjunto das entrevistas emergiram duas categorias de análise que referiam à maternagem. As categorias analíticas identificadas respectivas às discussões foram 1. Maternagem 2. Maternagens interseccionais As categorias de análise se desdobraram em subcategorias que permitiram localizar a complexidade desta clínica, a importância do trabalho interdisciplinar e da rede de apoio para a vivência da maternidade de mulheres com transtornos mentais. Conclusão: A dissertação focaliza uma discussão teórico-descritiva e apresenta um produto bibliográfico como resultado, a saber um artigo científico construído a partir da análise das narrativas das psicólogas entrevistadas em dialogo com a teoria de Winnicotti. A maternidade das mulheres com transtornos mentais está afirmada a partir de “uma maternidade possível”. Perspectiva que demanda à clínica o trabalho de suplência a partir da compreensão sobre as possibilidades de maternar dessas mulheres, de um trabalho interdisciplinar, ativo, de natureza individual e grupal, junto à paciente e sua rede de apoio investindo na sustentação dessa maternagem possível.