Tendências na utilização de dispositivos intrauterinos pelo SUS no Brasil ao longo de uma década

Abstract

Introdução: O Dispositivo Intrauterino (DIU) é um Anticoncepcional Reversível de Longa Ação (LARC) de alta eficácia, com taxa de falha inferior a 1% no primeiro ano de uso. Embora o DIU de cobre (TCu 380) esteja incluído na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais e sua inserção seja coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso ao método é limitado. Objetivos: Avaliar o uso ao Dispositivo Intrauterino (DIU) no Brasil pelo Sistema Único de Saúde ao longo de uma década, relacionando com os índices de mortalidade materna. Métodos: Trata-se um estudo descritivo com dados secundários dos Sistemas de Informações Ambulatoriais (SIA), sobre Mortalidade (SIM) e sobre Nascidos Vivos (SINASC), disponíveis no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), realizado no Brasil entre 2013 e 2023. A relação de inserção de DIUs por mulheres em idade reprodutiva e a razão de Mortalidade Materna foi calculado apenas no ano de 2022. As variáveis, o número de inserções de DIUs, atendimentos clínicos para indicação, óbitos maternos e nascidos vivos, foram analisadas quanto a sua distribuição absoluta e relativa. A análise utilizou Regressão Linear Simples para avaliar tendências temporais, considerando p <0,05, como estatisticamente significativo. Resultados: Entre 2013 e 2023, o Brasil registrou um aumento no número de inserções de DIUs, com maior crescimento entre 2020 e 2023, com 250.567 inserções nesse período, especialmente no Sudeste (58%). Em termos relativos, Rondônia e São Paulo tiveram as maiores taxas de inserção por mulheres em idade reprodutiva em 2022, enquanto Amazonas e Distrito Federal apresentaram as menores, 0,11 e 0,2 respectivamente. A mortalidade materna teve um pico em 2021, com a maior ocorrência no Sudeste (35,7%), e a menor Razão de Mortalidade Materna em 2022, foi observada na Região Sul (37,5). Conclusão: O número de inserção de DIUs e a taxa de inserção por mulheres em idade reprodutiva foi maior na região Sudeste. Essa taxa foi menor no Centro-Oeste e em estados como Amazonas e Distrito Federal. Não houve relação entre aumento da inserção de DIUs e redução da mortalidade materna. A razão de mortes maternas foi mais alta no Norte e mais baixa no Sul.