Percepção da autoeficácia em indivíduos após avc residentes da comunidade

Abstract

Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) afeta a independência do indivíduo no âmbito pessoal e social, além de causar impacto na percepção da autoeficácia de atividades especificas. Objetivo: Investigar a associação entre a percepção da autoeficácia, a gravidade da lesão e variáveis funcionais em indivíduos após AVC residentes na comunidade. Métodos: Estudo transversal com indivíduos após AVC, maiores de 18 anos, com marcha independente e sem comprometimento cognitivo definido pelo Mini Exame do Estado Mental, recrutados em ambulatório docenteassistencial de um hospital em Salvador. Dados sociodemográficos, clínicos e funcionais foram incluídos e as seguintes escalas aplicadas: National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) para a gravidade do AVC, Índice de Barthel Modificado (IBM) para capacidade funcional e o teste Timed Up and Go (TUG) para mobilidade funcional. Ademais, foi aplicada a Activities-Specific Balance Confidence (ABC) para avaliar a confiança no equilíbrio e para a autoeficácia a Stroke Self-efficacy Questionnaire Brasil (SSEQ-B). A correlação de Spearman foi utilizada para verificar a associação entre as variáveis. Resultados: 54% dos indivíduos eram homens, com média da idade 57,68 (±13,21) anos e escolaridade de 9 (5-12) anos. O tempo de AVC foi 7 anos (4-13), do a mediana do NIHSS foi 1 ponto (0-3), do IBM 49,5 (45-50) e TUG de 13,01(10,2-17,35) segundos. A média da ABC foi 56,29 (±27,09), MEEM 24,57 (±3,6) e da SSEQ 30,5 (±6,5) pontos. Na análise de correlação, o NIHSS (r=- 0,566;p<0,001), IBM (r=0,408;p<0,001), tempo do TUG (r=-0,508;p<0,001) e ABC (r=0,501;p<0,001) estiveram significativamente associados a percepção da autoeficácia. Conclusão: A menor gravidade do AVC, maior capacidade funcional, maior mobilidade funcional e maior confiança no equilíbrio foram fatores associados a uma maior percepção da autoeficácia em indivíduos após o AVC.