Mortalidade por acidentes de transporte em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil (2010-2019)

Abstract

INTRODUÇÃO: Os óbitos por acidentes de transporte correspondem a um grande agravo no cenário pediátrico, e são potencialmente evitáveis, o que torna indispensável tentar preveni-los. Conhecer a distribuição sociodemográfica da morte por esses acidentes torna possível não só direcionar o serviço de saúde, mas as famílias e os cuidadores, na prevenção dessa patologia. OBJETIVOS: 1) Descrever o perfil epidemiológico dos acidentes de transporte com consequente mortalidade em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos de idade no Brasil, relacionando à distribuição sociodemográfica, no período de 2010 a 2019. 2) Estimar a taxa de mortalidade anual por acidentes de transporte por faixa etária. METODOLOGIA: Estudo observacional, descritivo e retrospectivo a partir de dados secundários do DATASUS, relacionados a crianças e adolescentes com idade entre 0 e 19 anos que morreram por acidentes de transporte no Brasil, utilizando as variáveis: ano do óbito, faixa etária, sexo, cor/raça e região. Taxa de mortalidade calculada utilizando o número de óbitos de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos por acidentes de transporte no período de 2010 a 2019, multiplicado por 1000, e dividido pelo número da população dessa faixa etária. RESULTADOS: De 2010 até 2019, o número total de óbitos por acidentes de transporte em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil sofreu uma redução de 42% dos casos. A faixa etária mais acometida fica entre 15 e 19 anos (67,48%). O sexo masculino se destaca consideravelmente com 74,69%. No que se refere à região, o sudeste e o nordeste destacaram-se, com 32,37% e 29,82%, respectivamente, do total registrado. Quanto à cor/raça, foram encontrados 51,49% pardos, 40,67% brancos, 4,13% pretos, 0,47% indígenas e 0,14% amarelos. Segundo o local de ocorrência do óbito, a via pública foi a de maior percentual (49,20%). CONCLUSÃO: A taxa de mortalidade por acidentes de transporte em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil sofreu uma redução entre os anos de 2010 e 2019. Com a descrição dos grupos mais afetados pelo estudo, em particular, os adolescentes do sexo masculino, é possível que os trabalhadores da saúde incluam estratégias preventivas junto às famílias e cuidadores.