Correlação entre contagem de leucócitos e velocidade de onda de pulso em adultos: um estudo transversal de base populacional

Abstract

As doenças cardiovasculares, entre 2010 e 2019, representaram a principal causa de mortalidade no Brasil e na Bahia. A velocidade de onda de pulso (VOP) carótida-femoral, medida direta da rigidez arterial (RA), representa um marcador de risco precoce para essas doenças. O aumento da VOP está relacionado a vários fatores, sendo a idade e a pressão arterial os principais. Sua fisiopatologia está ligada à liberação de citocinas inflamatórias, proliferação de células musculares lisas, recrutamento de macrófagos e liberação de espécies reativas de oxigênio. Podendo o enrijecimento vascular estar ligado a marcadores leucocitários através de uma inflamação subclínica na parede dos vasos. OBJETIVO: Avaliar a correlação entre marcadores leucocitários e o aumento da rigidez arterial. METODOLOGIA: Estudo de corte transversal realizado com 138 indivíduos em uma clínica de SalvadorBA. Foram avaliadas as associações entre VOP carótida-femoral e idade, leucócitos, linfócitos, monócitos e razão monócitos/linfócitos. RESULTADOS: A população foi composta por indivíduos entre 19 e 108 anos, com idade média de 48,6 anos, o sexo feminino foi predominante (68,3%). Houve associação estatisticamente significante entre o aumento da idade e VOP (p=0,001). Nos pacientes com RA, não houve aumento significativo da contagem de leucócitos, linfócitos, monócitos e razão monócitos/linfócitos em comparação ao grupo sem RA, como também, não houve correlação entre o aumento das variáveis leucocitárias em relação a idade. CONCLUSÃO: Houve associação positiva entre VOP e idade. Porém, não houve correlação estatisticamente significante entre VOP e marcadores leucocitários.