Adaptações na área de recursos humanos e protocolos desenvolvidos para enfrentamento a pandemia de Covid-19 em um instituto especializado em doenças infecciosas na Bahia em 2020

Abstract

No dia 11 de março de 2020, o diretor da Organização Mundial de Saúde declarou que a COVID-19 era caracterizada como uma pandemia, o mundo contava com 118 mil casos, em 114 países e o número de óbitos já ultrapassava os 4 mil. Em dezembro de 2020, o Brasil chegou ao marco de 7.465.806 casos da COVID-19, registrando mais de 190 mil mortes pela doença. No estado da Bahia, no dia 31 de dezembro de 2020, dos 2.006 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS), exclusivos para Covid-19, 1.251 possuíam pacientes internados, o que representava uma taxa de ocupação de 62%. Dessa forma, fazem-se necessárias mudanças estruturais, organizacionais, de protocolos, fluxo de pessoas e de recursos humanos, visando atendimento de todas as necessidades de um paciente em estado grave do COVID-19 e a proteção dos profissionais de saúde. Objetivo: O presente trabalho busca descrever, registrar e documentar as adaptações na área de recursos humanos e protocolos desenvolvidos para enfrentamento da pandemia de COVID-19 em um instituto especializado em doenças infecciosas na Bahia. Metodologia: Trata-se de um estudo documental descritivo com abordagem qualitativa, realizado através de entrevistas semiestruturadas com os gestores do Instituto Couto Maia (ICOM) e de documentos divulgados e fornecidos pelo hospital. Resultados e conclusão: o instituto necessitou ampliar sua capacidade de atendimento e garantir a proteção dos profissionais de saúde, através da criação de novas estratégias e protocolos. O hospital transferiu pacientes sem a COVID-19 para outras unidades do estado, afastou os funcionários que faziam parte do grupo de risco, abriu 69 leitos de UTI, contratou 701 novos funcionários e realizou treinamentos. Para controle de infecção: reduziu as portas de entrada, realizou marcações de áreas limpas e sujas, limitou visitas de familiares, reduziu cruzamentos de profissionais, criou novos protocolos para utilização de EPIs, afastou profissionais sintomáticos e contactantes. Na comunicação: instauração do TeleICOM, adaptou-se o Clube de Cartas, divulgação dos boletins médicos diários por ligações. Reformulou o serviço de humanização e assistência à saúde mental dos pacientes e funcionários. Além da criação de um Comitê de Crises. Dessa forma, o estudo documentou as principais adaptações realizadas pelo ICOM, além de descrever os protocolos de controle de infecções, fluxos e estratégias adotadas pelo instituto no ano de 2020.