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Título: A comunicação médica para favorecer a autorização da doação de órgãos post mortem pela família: uma revisão sistemática
Autor(es): REIS, Luana Brandão de Sales
Palavras-chave: Comunicação médica
Consentimento familiar
Consentimento familiar
Transplante de órgãos
Data do documento: 2021
Resumo: Introdução: O desenvolvimento da tecnologia influencia a prática médica e permite que procedimentos complexos sejam realizados, como o transplante de órgão. Esse procedimento é muito importante pois proporciona maior expectativa e qualidade de vida para o receptor. O que ocorre, no entanto, é que a fila de receptores é maior que a disponibilidade de órgãos ofertados, o que causa um desequilíbrio na rede de saúde. Um dos principais motivos disso ocorrer é o desconhecimento sobre morte encefálica e medo de mutilação do corpo. A família é quem tem a decisão final, mesmo seu parente tendo explicitado em vida sua vontade, o que exige do médico habilidades de comunicação para lidar em casos de potencial doadores. Objetivo: Avaliar a abordagem médica para facilitar a autorização familiar para doação de órgãos post mortem. Metodologia: Esse trabalho se configura em uma revisão sistemática da literatura. As buscas foram realizadas nas bases de dados MEDLINE/PubMed, Scielo e LILACS, utilizando descritores e operadores booleanos. A pesquisa foi feita de forma independente por dois pesquisadores entre o período de 17 de maio a 9 de junho de 2021. O Protocolo PRISMA foi utilizado para guiar a revisão sistemática. Foram incluídos estudos observacionais publicados nos últimos dez anos que incluíram a avaliação da efetividade da comunicação médica a fim de favorecer a decisão familiar para a doação de órgãos post mortem, nos idiomas português e inglês. A qualidade metodológica dos artigos selecionados foi avaliada pela iniciativa STROBE. Resultados: Foram identificados 89 artigos e, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, quatro foram incluídos e analisados nessa revisão. Os estudos são dois do tipo coorte, um caso-controle e um estudo transversal. A população total consiste em 2412 famílias/responsáveis legais. Metade dos artigos relataram treinamento da equipe, o que aumentou os índices de consentimento. Outro fator analisado que contribuiu foi o conhecimento sobre a vontade prévia do paciente. Foi observado, também, que o entendimento de morte encefálica favoreceu a aceitação do transplante. A divergência, no entanto, ocorreu na decisão do melhor momento para fazer a abordagem, conhecida como decoupling, trazida por dois artigos, enquanto outro concluiu ser melhor solicitar a doação na mesma conversa em que se informa o óbito. Conclusão: A comunicação médica mostrou-se importante para o consentimento familiar sobre o transplante de órgãos e, de fato, aumenta seus índices. Embora haja divergências na literatura quanto ao decoupling, essa revisão sistemática demostrou resultados semelhantes. Além disso, o conhecimento de morte encefálica, o conhecimento da vontade do paciente e o treinamento da equipe favoreceram a doação. No entanto, a literatura se encontra divergente sobre a padronização do treinamento e do significado de decoupling, sendo necessário novos estudos com enfoque nessas questões.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/8374
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