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Título: Hiperglicemia e desfechos clínicos na atual pandemia da covid-19 em pacientes internados na uti em um hospital de Salvador-Ba: um estudo observacional
Autor(es): CALADO, Juliana Souza Cabral
Palavras-chave: Coronavírus
SARS-Cov2
Hiperglicemia
Diabetes
UTI
Data do documento: 2024
Resumo: Desde o surgimento dos casos de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), observou-se que os pacientes mais acometidos e que tinham pior prognóstico eram portadores de alguma comorbidade, destacando-se o diabetes mellitus. OBJETIVOS: estabelecer a prevalência de hiperglicemia nas primeiras 24h da admissão e estudar a relação entre glicemias, complicações, duração da internação, a taxa de óbito e os efeitos da insulinoterapia no prognóstico de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 internados em terapia intensiva. MATERIAS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal feito com 100 pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTI) do Hospital Santa Izabel (HSI) na cidade de Salvador (BA) no período de maio a julho do ano 2020. Foram incluídos 100 pacientes adultos com idade superior a 18 anos internados em unidades de terapia intensiva clínicas do Hospital Santa Izabel em Salvador (BA) com diagnóstico de COVID-19, confirmado por RT-PCR ou sorologia no período de maio a julho de 2020 e excluídos aqueles com infecções virais por outros agentes, gestantes e pacientes que não conseguiram realizar o teste confirmatório para infecção pelo SARs-Cov-2. Os desfechos primários analisados foram taxa de óbito, desfechos clínicos (trombose, insuficiência renal aguda, diálise e parada cardiorrespiratória), necessidade de ventilação mecânica, tempo de internação e melhora do quadro clínico com a insulinoterapia. RESULTADOS: Foram analisados 100 pacientes portadores de diabetes mellitus ou hiperglicêmicos nas primeiras 24h do momento da internação, sendo 60% do sexo masculino e 40% do sexo feminino, com média de idade de 66 anos, sendo a idade mínima de 33 anos e a máxima de 97 anos. Possuíam o diagnóstico de diabetes no momento da admissão 48% dos pacientes, 69% eram hipertensos e 27% eram portadores de insuficiência renal. No momento da internação, 68 pacientes (70%), apresentaram hiperglicemia (glicemia capilar≥ 140mg/dl), sendo a média glicêmica no momento da admissão de 205mg/dl com intervalo interquartil de 118mg/dl. A glicemia da admissão não se relacionou com a taxa de óbitos (p= 0,157). Hiperglicemia à admissão associou-se com maior peso corporal (p= 0,025), média glicêmica (p<0,0001) e tempo fora de alvo glicêmico (alvo de 70 a 180mg/dl) durante a insulinoterapia. Quanto maior a hiperglicemia, maior o tempo de internação (p= 0,03), sendo a média de internação de 15 dias e desvio padrão de 11,19. Nos pacientes que usaram insulinoterapia venosa continua, a média de tempo em uso da terapia foi de 8,5h com desvio padrão de 7,4h. A média de tempo para atingir o alvo glicêmico foi de nove horas e quarenta e oito minutos, com desvio de 6,47h. O percentual glicêmico entre 240mg/dl e 499mg/dl esteve diretamente associado ao óbito (p= 0,005), diálise (p= 0,045), insuficiência renal aguda (p= 0,007) e parada cardiorrespiratória (p= 0,003). O percentual glicêmico acima de 500mg/dl esteve correlacionado com o óbito (p= 0,004) e com a parada cardiorrespiratória (p= 0,008). CONCLUSÃO: hiperglicemia nas primeiras 24h da internação associou-se a piores desfechos clínicos da COVID-19.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/8336
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