Relação entre tamanho uterino e DIU de cobre: percentual de mulheres não contempladas com a inserção

Abstract

A relação entre o tamanho do útero e do dispositivo intrauterino é essencial para boa continuação do método contraceptivo, visando evitar efeitos colaterais, como sangramento excessivo e cólica intensa, e auxiliando no planejamento familiar prevenindo gravidez indesejada. O objetivo desse trabalho é estimar o percentual de mulheres que não inseriram o DIU T de cobre por possuírem tamanho uterino menor que o necessário, além de comparar o uso de anticoncepcionais orais com a histerometria e analisar o número de nulíparas que busca pelo método contraceptivo. Foram avaliados prontuários de 360 mulheres entre 18 e 45 anos em uma maternidade de referência em Salvador – Bahia, analisando variáveis como: idade, paridade, uso de anticoncepcional, estado civil, características da menstruação, preventivo ginecológico e histerometria (através do histerômetro, do orifício externo ao colo uterino). O estudo mostrou que apenas 5% do total de mulheres não conseguiu inserir o dispositivo, nas quais a histerometria média foi de 5,2 centímetros, enquanto a histerometria média das mulheres que foram contempladas com a inserção do DIU T de cobre foi de 7,9 centímetros, média encontrada também nas mulheres que utilizavam anticoncepcional oral. Já dentre as mulheres que utilizavam anticoncepcional injetável (mensal ou trimestral), o tamanho uterino médio foi de 7,4 centímetros, sendo que 75% das mulheres que não inseriram o DIU faziam uso desse método. A maioria das mulheres apresentaram entre 26 e 35 anos e apresentavam cólica menstrual previamente. Com isso, é possível concluir que a diferença do tamanho uterino entre as mulheres contempladas e não contempladas foi de, em média, 2,7 centímetros, número relevante, principalmente no que se refere à interação do dispositivo dentro da cavidade uterina, visto que dispositivos maiores (como o DIU T de cobre) apresentam maiores chances de expulsão, sangramento, cólicas e gestações não desejadas. Além disso, evidencia-se cada vez mulheres mais jovens e com média baixa de filhos buscando métodos de longa duração