Apoio terapêutico e prescrição remotos (e-consulta) reduzem necessidade de reinternação em acometidos por diabetes e hiperglicemia hospitalar

Abstract

A hiperglicemia hospitalar (HH) é definida como valores de glicemia maiores que 140 mg/dl, tendo alta prevalência no ambiente hospitalar, variando de 20 a 40%. A presença de HH está relacionada piores desfechos clínicos. Há aumento do risco do paciente para complicações durante a internação, independente do acometimento prévio por DM. O aumento da probabilidade de reinternação é outra consequência da hiperglicemia hospitalar. Acometidos por diabetes e HH têm maior chance de reinternação no período de 30 e 90 dias pós-alta. Como forma de reduzir os impactos da HH e do diabetes nos desfechos clínicos e reinternação, medidas têm sido tomadas para manejar a glicemia desses pacientes. Acesso remoto aos dados glicêmicos dos internados tem permitido o ajuste de terapias remotamente. Essa tecnologia tem permitido a estratificação de risco dos pacientes internados e consultas remotas (e-consultas). Objetivo: Comparar a taxa de reinternação entre pacientes submetidos à avaliação com apoio terapêutico e prescrição remotos no controle glicêmico hospitalar e pacientes com abordagem habitual no controle glicêmico hospitalar. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo, tipo caso-controle, que usou dados secundários através de prontuários eletrônicos de pacientes internados no Hospital Santa Izabel e que possuíam hiperglicemia hospitalar. Resultados: A amostra do estudo consistiu em 800 pacientes, sendo 400 do grupo controle e 400 do grupo caso. No grupo controle, a média de dias de internamento foi 8 (DP = 0,5), 50 (12,5%) vieram a óbito, 171 (42,8%) necessitaram de internação em UTI e 131 (32,8%) precisaram ser reinternados. No grupo caso, a média de dias de internamento foi 17 (DP = 0,8), 87 (21,8%) vieram a óbito, 218 (54,6%) necessitaram de internação em UTI e 83 (20,8%) precisaram ser reinternados. Considerando apenas os pacientes reinternados (grupo controle n = 131 e grupo caso n = 83), destacam-se a dose total de insulina na alta (14UI vs. 33UI, p <0,001) e número de glicemias capilares (23 vs. 56, p < 0,001). Conclusão: O apoio terapêutico e prescrição remotos em que os pacientes do grupo caso foram submetidos reduziram a taxa de reinternação em comparação aos pacientes que foram submetidos à terapia convencional do hospital.