Narrativas da graduação em medicina nos tempos de pandemia de covid-19 as perspectivas dos discentes

Abstract

A pandemia da COVID-19 levou a alterações de rotina e vivência e, consequentemente, ao adoecimento psicológico, e por vezes até físico, por diversas razões, atingiram todos os grupos sociais de diferentes formas, graus e combinações. Nessa pesquisa em questão, buscou-se as narrativas das vivências, podendo compreender melhor as percepções, relações interpessoais, emoções e sentimentos experienciados pelo corpo discente do curso de Medicina da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), durante a pandemia de COVID-19,em como, compreensão sobre os impactos sofridos (psicológicos ou físicos) por esses indivíduos e para ampliar possibilidades de suporte e escuta para essa população específica. Embora haja a possibilidade da maior parte dos estudantes de medicina da EBMSP não relatarem prejuízos à saúde mental durante a pandemia, esse não é o resultado esperado com base na literatura. Além disso, a interpretação das entrevistas obtidas, pode ajudar a realizar o mapeamento do perfil de acometimento desses indivíduos, logo, pode contribuir para futuramente se pensar de que forma podem ser desenvolvidas atividades a fim de intervir e proporcionar bem-estar e incentivo à saúde mental a esses públicos durante esse período ou similares. Trata-se de um estudo qualitativo, inicialmente com aplicação de formulários de caráter objetivo para aquisição de dados sociodemográficos, seguido de entrevista dos sujeitos, e posterior análise do discurso, tomando como base a abordagem fenomenológica. As falas trouxeram as impressões sobre o contexto em questão, tangendo a rotina, saúde dos discentes, adaptação ao processo de educação remota, bem como, pode retratar a maneira com que lidaram com o período dia crise e quais eram as expectativas para futuro. Dessa forma, é possível que medidas que possam mitigar o sofrimento psíquico, bem como proporcionar uma adaptação menos traumática aos novos tempos precisam ser tomadas. Dando-se um apoio psicológico mais consistente e elaborando melhor as novas formas de viver, que a pandemia impôs, ao propor uma escuta e fomentar o diálogo para favorecer uma oportunidade de externalização de emoções e percepções desses estudantes.