A rede de atenção em saúde acerca do câncer do colo do útero envolvendo mulheres no nordeste brasileiro: uma revisão sistemática

Abstract

INTRODUÇÃO: O câncer do colo do útero representa a quarta posição de causas primárias para óbitos por câncer em mulheres no Brasil. Sabe-se que a detecção precoce de lesões precursoras torna esse câncer 100% curável logo,planejamento, estratégias, ações e serviços de saúde devem ser organizados para buscar a integralidade do cuidado, reduzindo a mortalidade ainda persistente. Para tanto, faz-se necessário buscar compreender os limites associados a abrangência da política ou ao entendimento das mulheres sobre a Rede de Atenção em Saúde (RAS) vinculada à promoção e prevenção do câncer do colo de útero e as principais barreiras que as usuárias enfrentam dentro da Atenção Primaria à Saúde (APS) que favorecem a permanência de altas taxas de mortalidade por essa causa. OBJETIVO: Sumarizar a literatura sobre a utilização da RAS na região do Nordeste do Brasil para o combate ao câncer do colo do útero, destacando o perfil sociodemográfico e o conhecimento acerca do exame Papanicolau e do câncer do colo do útero em usuárias. MÉTODOS: Estudo do tipo revisão sistemática realizada no MEDLINE/PubMed, LILACS, SciELO, com busca direcionada para publicações entre 2004 e 2020. Utilizando de descritores e operadores booleanos específicos (“câncer do colo do útero” AND Brasil AND (prevenção OR Papanicolau OR promoção OR assistência OR rede OR RAS). Quatorze estudos, que descreveram a RAS em relação ao câncer do colo do útero, foram incluídos. Resultados: Observou-se que a prevenção do câncer colo do útero nas populações estudadas esbarra no perfil sociodemográfico dessas mulheres, onde a maioria delas possui baixa renda e baixa escolaridade, além de existirem barreiras importantes, como o conhecimento inadequado sobre o exame, o relato de sentimentos negativos como medo e vergonha de fazer o exame, além de barreiras relacionadas ao serviço de saúde. CONCLUSÃO: Apesar das escassas evidências que nos permitiram apenas a sumarizar a rede primaria de atenção em saúde, conclui-se que o nordeste brasileiro não se encontra organizado conforme sugerido pela Diretriz Brasileira para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero, principalmente pelo conhecimento inadequado das mulheres alvo, falha no manejo dos recursos e dos determinantes sociais da região. Além disso, fica claro que mais estudos são necessários para dar maior visibilidade a essa rede no que concerne aos níveis secundário e terciário.