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Título: Mortalidade Cardiovascular no Município de Salvador Durante a Pandemia da COVID-19
Autor(es): MAUCHLE, Gustavo Bazin Vieira
Palavras-chave: Mortalidade cardiovascular
COVID-19
Óbitos
Pandemia
Data do documento: 2021
Resumo: Introdução: O surto de COVID-19 está levando a um aumento da mortalidade geral, provavelmente relacionado ao colapso dos serviços de saúde. No entanto, existem muitas lacunas científicas sobre o impacto da pandemia na mortalidade cardiovascular, especialmente em nível regional. Objetivos: Analisar o comportamento da mortalidade por doenças cardiovasculares durante os meses mais críticos da pandemia de COVID-19 no Município de Salvador, assim como comparar as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares encontradas e descrever o perfil da mortalidade cardiovascular em domicílio no mesmo local e período. Métodos: Este é um estudo ecológico, utilizando dados do Registro Civil Brasileiro, obtidos através do Portal da Transparência. Foram analisados os óbitos cardiovasculares totais e os óbitos domiciliares, na cidade de Salvador, de abril a junho de 2019 e 2020, por faixa etária, sexo e causa do óbito, bem como foram calculadas as taxas de mortalidade das causas cardiovasculares por 100.000 habitantes, baseando-se nos mesmos aspectos. Resultados: Nesse período, ocorreram 7.007 óbitos por causas cardiovasculares, sendo 2.452 em 2019 e 4.555 em 2020, dos quais 1.802 foram causados pela COVID-19 (39,5%), aumentando 85,7%, com quase o dobro da taxa de mortalidade em 2020, comparando com 2019. As causas de óbito com maior crescimento foram as cardiovasculares inespecíficas (50,4%), infarto do miocárdio (37,3%) e síndrome respiratória aguda grave – SRAG – (644%). As taxas de mortalidade mais altas para as causas específicas em ambos os anos foram as de septicemia, pneumonia e acidente vascular cerebral. Em relação ao sexo e à faixa etária, houve maior mortalidade entre as mulheres de 80 a 99 anos, enquanto no sexo masculino foi maior entre os 50e 69 anos, sendo que as taxas de mortalidade se mostraram mais altas para o sexo masculino e para as idades mais avançadas. Houve um aumento da mortalidade proporcional cardiovascular de 10% entre os dois anos. Mortes em domicílio aumentaram 140,2%, com um menor percentual em decorrência da COVID-19 (16,7%), enquanto os óbitos por todas as causas, exceto COVID-19, dobraram de um ano para o outro. Conclusões: A mortalidade cardiovascular aumentou entre 2019 e 2020, em parte devido à COVID-19, mas também a eventos como infarto do miocárdio e SRAG. Mortes por causas cardiovasculares inespecíficas aumentaram durante o período estudado. Houve discrepâncias entre os sexos, e o maior número em homens mais jovens pode estar relacionado à menor expectativa de vida em relação às mulheres, evidenciando uma maior vulnerabilidade para o sexo masculino e para as idades mais avançadas. Além disso, o aumento significativo da mortalidade doméstica pode indicar a apreensão das pessoas em procurar os serviços de saúde, em vista de não se infectarem, além de retratar a dificuldade de acesso a hospitais e a pouca disponibilidade de leitos.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/8252
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