Tratamento fibrinolítico para tromboembolismo pulmonar uma revisão sistemáttica

Abstract

Introdução: A embolia pulmonar (EP) é uma emergência cardiovascular relativamente comum que é caracterizada pela oclusão do leito vascular pulmonar, o que pode culminar em uma insuficiência ventricular direita, condição ameaçadora à vida. Entre as opções de tratamento para essa doença há a terapia trombolítica, que consiste no uso de drogas com a finalidade desfazer o trombo que está ocluindo o leito vascular pulmonar de modo a reestabelecer rapidamente a circulação pulmonar. Apesar de vantagens conhecidas do método em algumas situações, ainda há muitas dúvidas que o cercam. Objtetivo: O presente estudo visa avaliar a terapia trombolítica para EP. Métodos: Esse estudo se trata de uma revisão sistemática que segue os critérios do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Para coleta de artigos foram utilizadas as bases de dados PubMed e Embase. Os critérios de inclusão utilizados foram ser ensaios clínicos randomizados, ter sido publicados desde 2010 até março de 2021, serem redigidos em língua inglesa, abordar desfechos clínicos e envolverem a terapia fibrinolítica para embolia pulmonar. Os dados retirados dos artigos foram autor principal, nível de risco da doença (alto, intermediário ou baixo), idade média da amostra populacional, agente fibrinolítico utilizado, modalidade de aplicação do agente, dose utilizada, efeitos adversos e desfechos clínicos e de exames complementares. Resultados: Através da estratégia de busca, foram encontrados um total de 187 artigos, dos quais sobraram 166 artigos após a exclusão de duplicatas. Após isso, foram excluídos estudos que não se encaixaram nos critérios de inclusão, assim, ao fim foram incluídos 19 estudos nessa revisão. Na análise qualitativa, eles pontuaram uma média de 74,5% no checklist CONSORT, com notas que variaram de 97% a 42%. Em relação a análise de viés. Do total, 13 artigos compararam a terapia trombolítica mais anticoagulação com anticoagulação isolada, desses 10 definiram desfechos primários de eficácia e destes 7 tiveram resultado favorável a trobólise. Já os outros 6 artigos incluídos compararam diferentes métodos de trombólise, desses 2 definiram desfechos primários de eficácia ambos sem diferenças significativas nos resultados, e 1 deles definiu um desfecho primário de segurança, também sem diferença significativa no resultado. 15 estudos foram considerados classificados como alto risco de viés, 2 como algumas preocupações e 2 como baixo risco de viés segundo a ferramenta RoB2.0. Conclusão: As limitações dos estudos, a grande variabilidade de desfechos avaliados e a elevada quantidade de alto risco de viés entre os artigos, tornam as evidências compiladas nessa revisão menos confiáveis, assim, é clara a necessidade de mais estudos e de maior qualidade metodológica para esclarecer melhor as dúvidas que cercam a trombólise para EP. Não obstante, a partir das evidências atuais pode-se chegar a conclusão de que a terapia trombólitica não apresenta benefícios o suficiente para ser indicada em casos de EP de risco intermediário, devendo ser reservada para quadros de EP de risco alto.