Fatores que interferem na adesão ao tratamento da obesidade em ambulatório multiprofissional

Abstract

INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença complexa, crônica e multifatorial que atinge grande parte da população mundial, inclusive no Brasil. O tratamento multiprofissional é essencial, considerando todos os aspectos de vida do paciente (físico, psicológico e social). OBJETIVO: Avaliar a adesão ao tratamento de pacientes com obesidade acompanhados em ambulatório especializado. METÓDOS: Estudo observacional, de coorte retrospectiva, com dados secundários realizado em ambulatório de obesidade, sendo composto por uma equipe multiprofissional, incluindo endocrinologistas, nutricionista, enfermeira, educadora física e psicóloga, no Programa para Estudo das Pessoas com Excesso de Peso (PEPE), no Ambulatório Saúde Bahiana, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Foram analisados 343 prontuários de pacientes atendidos entre 2005 e 2020. Foi considerada adesão ao tratamento quando o paciente permaneceu por no mínimo 1 ano no programa. RESULTADOS: A amostra foi constituída de 343 pacientes, com idade média de 46 anos. Sendo que desses pacientes, 310 são do sexo feminino. Dos pacientes que permaneceram no programa por mais de 1 ano (N = 228), 210 foram mulheres (90,4%) e 18 foram homens (9,6%), p= 0,053. Verificou-se uma diferença estatística significativa em relação à idade (p < 0,05), maior no grupo que aderiu ao tratamento. No quesito escolaridade, pacientes com Ensino Médio completo, permaneceram por mais tempo no programa (p < 0,05). Também se observou diferença estatística significativa em relação às comorbidades dos pacientes, permanecendo por uma duração maior no programa, os pacientes hipertensos (p < 0,05). Foi constatado ainda que pacientes com obesidade permaneceram por mais tempo no programa (p < 0,05) do que aqueles com sobrepeso. CONCLUSÃO: Fatores como idade mais avançada, maior escolaridade, presença de hipertensão, e obesidade foram preditores para a melhor adesão ao tratamento da obesidade.