O perfil das cirurgias plásticas reparadoras pós-cirurgias bariátricas realizadas pelo sus de 2013 a 2020

Abstract

Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública mundial. Existem diversos métodos terapêuticos disponíveis para o tratamento desta patologia e suas complicações, dentre elas, a cirurgia bariátrica. Por estar associada a altas taxas de emagrecimento, esse tipo de cirurgia demanda, na maioria dos casos, a novas abordagens cirúrgicas para correção de excessos de pele. A despeito da alta prevalência no âmbito nacional, há poucos trabalhos atuais demonstrando o panorama das cirurgias pós-bariátricas no Brasil. Objetivo: Descrever o perfil de cirurgias plásticas reparadoras pós-cirurgias bariátricas realizadas através do Sistema Único de Saúde (SUS) de 2013 a 2020. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de série temporal, baseado em dados secundários. Estão inclusos todos os números de internamentos ocorridos através do SUS, nas regiões do Brasil, para realização de procedimentos pós-bariátrica de janeiro de 2013 a dezembro de 2020. Resultados: Encontraram-se 16.458 pacientes que realizaram cirurgias plásticas pós-bariátricas, os quais correspondem a 88,3% do total de cirurgias bariátricas realizadas no período. Dentre as cirurgias pós-bariátricas, 83,8% foram abdominoplastias, 4,2% foram braquioplastias, 4,0% foram cruroplastias, 0,4% foram procedimentos sequenciais de cirurgia plástica reparadora pós-cirurgia bariátrica e 7,5% foram mamoplastias. O valor total gasto durante o internamento para realização dessas cirurgias foi de R$11.661.115,8, dos quais 75% foram gastos em abdominoplastias, 5,2% em braquioplastias, 5% em cruroplastias, 1,1% em plásticas sequenciais pós-bariátricas e 12,9% em mamoplastias, sendo a região Sudeste aquela com maior percentual de gastos com tais cirurgias. A região Sul, entretanto, se destacou quanto ao montante de gastos com cirurgias bariátricas. O tempo de ocupação dos leitos, em dias, relacionado a cirurgias bariátricas e pós-bariátricas pelo SUS foi diversificado entre as regiões do Brasil, sendo a região Sudeste a que mais se destacou. Conclusão: Há um predomínio da realização de abdominoplastias e mamoplastias no Brasil. Esses procedimentos se apresentam como os mais custosos, considerando o valor total de internação, e os que necessitam de maior tempo de ocupação de leitos em relação aos outros procedimentos pós-cirurgias bariátricas.