Fatores de aproximação e distanciamento de estudantes de medicina do gênero masculino aos cuidados em saúde

Abstract

INTRODUÇÃO: A população masculina brasileira tem menor expectativa de vida do que a feminina, estando o homem mais sujeito a adoção de comportamentos de risco, o que os envolve em mais mortes por condições evitáveis, violência e acidentes. Em relação aos estudantes de medicina, a literatura evidencia que, os estudantes de medicina do gênero masculino estão mais envolvidos com comportamentos de risco, tais quais: consumo abusivo de álcool, consumo de drogas ilícitas e comportamento de risco no trânsito. OBJETIVO: Descrever a prevalência de fatores de aproximação e distanciamento aos cuidados de saúde, de homens estudantes de medicina, da cidade de Salvador/BA. MÉTODOS: O presente trabalho é estudo transversal e descritivo, em que foi utilizada uma amostra de conveniência acessada através do método ‘Bola de Neve’. Os participantes responderam a um questionário autoaplicável, anônimo constituído por questões de múltipla escolha aprovado pelo comitê de ética em pesquisa (CEP), (Número do Parecer: 4.580.832). Os dados obtidos foram avaliados por estatística descritiva através do Excel. RESULTADOS: A amostra foi constituída por 127 respondentes, a maioria tem idade entre 20-24 anos (80,3%), se autodeclara como branco (54,3%), está solteiro (89,8%), não tem filhos (96,9%) e não trabalha (88,2). Relacionados a uma maior interação com os cuidados em saúde, temos: o acesso ao plano de saúde (88,9%), a referência de boa autoestima (44,1%), sentimento de conforto nas unidades de saúde (81,1%), autonomia total para cuidar de sua saúde (73,2%), boa avaliação dos serviços mais frequentados (54%) e considerar os serviços de saúde resolutivos (89,8%). Os principais motivos relacionados ao afastamento dos cuidados foram: achar que o problema não era importante o suficiente (34%) e falta de tempo (30%). CONCLUSÃO: Os participantes dessa pesquisa possuem um perfil que os confere diversos privilégios socioeconômicos, o que faz com que a forma de interação desses com seus cuidados em saúde seja diferente da população masculina em geral.