O impacto da depressão na qualidade de vida em pessoas vivvendo com HTLV-1 em Salvador-Bahia

Abstract

DEPRESSÃO E QUALIDADE DE VIDA DE PORTADORES DE HTLV-1 EM SALVADORBAHIA. Introdução: Salvador é a cidade brasileira com maior prevalência de HTLV-1 Estima-se que 40.000 pessoas estão infectadas nesta cidade. Existem poucos estudos sobre a saúde mental e a QV em pessoas vivendo com HTLV-1. Objetivo: Estudar a depressão e a QV em indivíduos portadores de HTLV-1 em Salvador, Bahia. Material e Métodos: Estudo de corte transversal que avaliou 158 portadores de HTLV-1 de janeiro de 2007 a dezembro de 2009. Utilizou-se o Mini International Neuropsychiatric Interview Brasilian Version 5.0.0 (M.I.N.I.) e o questionário de QV da OMS (WHOQOL-bref). Resultados: A idade média foi em torno de 45 anos, com predominância (65%) mulheres e indivíduos não brancos, tendo cursando ate o 20 grau do ensino fundamental. Vinte e um (42,0%) dos pacientes tinham co-morbidade psiquiátrica: transtornos de humor (34%), transtornos de ansiedade (22%) e dependência de álcool (2%). Cerca de 35% dos indivíduos tinham Episódio Depressivo Maior Atual (EDMA). Houve uma associação da depressão o com gênero feminino, pior escolaridade e baixa renda e maior número de queixas urinárias. Cerca 14,7% de dos indivíduos apresentavam, concomitantemente, HAM/TSP e EDMA. A HAM/TPS estava associada a pior QV física, psicológica e nas relações sociais destes indivíduos. A depressão foi significativamente associada à pior qualidade de vida (domínio físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente). A associação entre EDMA e os menores escores encontrados para QV permaneceu significativa mesmo quando controlado para outras variáveis, como sexo, idade, tempo de conhecimento do diagnóstico sorológico, bem como HAM/TSP. Conclusão: Houve uma prevalência elevada de transtornos mentais, particularmente depressão. Esta estava associada com o gênero feminino e pior condição socioeconômica. Depressão foi a variável que mais influenciou na piora da qualidade de vida física, psicológica e no domínio meio ambiente de portadores de HTLV-1. Sugere-se que a QV e a depressão sejam incluídas no protocolo de atenção ao paciente com HTLV-1.