Tendência da mortalidade por neoplasia maligna de laringe: Brasil (2012-2021)

Abstract

A neoplasia maligna de laringe é um câncer grave que afeta as cordas vocais, predominantemente em homens acima de 40 anos. Representa 25% dos tumores na cabeça e pescoço e 1,2% das doenças malignas no Brasil. Fatores como acesso aos serviços de saúde, idade avançada, qualidade do diagnóstico, tabagismo e consumo de álcool influenciam a mortalidade. A análise dessas tendências é importante para a eficácia das estratégias de prevenção e tratamento, para que seja possível identificar áreas para melhorias, fundamentais para orientar políticas de saúde e melhorar a qualidade de vida no Brasil. Objetivo: analisar as tendências de mortalidade por câncer de laringe no Brasil de 2012 a 2021, considerando as características epidemiológicas, sociodemográficas e as diferenças regionais. Metodologia: o estudo foi descritivo, ecológico e de série temporal, foram utilizados os dados públicos do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Foram considerados óbitos por câncer de laringe, analisando variáveis como faixa etária, sexo e região de residência. O coeficiente de mortalidade foi calculado para óbitos por local de residência, sexo, faixa etária e região. Resultados: Entre 2012 e 2021, o Brasil registrou 43.916 óbitos por neoplasia maligna de laringe. A região Sul apresentou as maiores taxas, sendo a média do período 2,66 óbitos/100 mil hab., no entanto, o Sudeste concentrou o maior número de óbitos do país, representando 48,97%. Em relação à faixa etária, a maioria dos óbitos ocorreu entre pessoas de 60 a 69 anos (32,19%). O maior coeficiente de mortalidade foi na faixa dos 80 anos ou mais (12,98 óbitos/100 mil hab.), sendo os homens mais afetados (87,2%) em todas as idades. Conclusão: A Região Sudeste liderou em óbitos, enquanto a Região Sul apresentou as taxas mais altas de mortalidade, possivelmente devido a fatores de risco regionais, como a concentração de idosos e tabagistas. Adultos mais velhos, especialmente acima dos 80 anos, foram mais afetados, principalmente homens devido a comportamentos de risco como tabagismo, etilismo e busca tardia por cuidado médico. A pesquisa enfatiza a necessidade de novos estudos e de intervenções específicas para reduzir a mortalidade por câncer de laringe no Brasil, com ênfase no diagnóstico precoce e acesso ao tratamento, voltadas, principalmente, para a população masculina, adaptadas às diferentes regiões e grupos demográficos.