Uso de psilocibina na terapêutica de transtornos depressivos uma revisão sistemática

Abstract

Introdução: O transtorno depressivo maior (TDM) consiste em um importante quadro psiquiátrico, causa de sofrimento e disfuncionalidade significativos na vida de muitos indivíduos. Atualmente, os tratamentos tidos como convencionais consistem em fármacos antidepressivos, dentre os quais inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Esses tipos de tratamento, no entanto, não têm sido plenamente eficazes para todos os pacientes deste quadro, o que se reflete no surgimento de muitos quadros refratários. Frente a isso, tem sido proposta a adição da psilocibina como uma molécula relevante ao panteão dos antidepressivos, considerando os seus mecanismos de ação condizentes e achados recentes. Objetivos: Investigar evidências e resultados de estudos recentes que contemplem a efetividade antidepressiva do uso de psilocibina em tratamentos médicos de TDM. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática, com base no modelo PRISMA. Foram considerados para inclusão apenas estudos com desenho de ensaio clínico randomizado. Foram buscados artigos em três bases de dados: PubMed, SciELO, Cochrane Library. A redução dos sintomas depressivos após terapêuticas com psilocibina para quadros de depressão maior foi o principal achado de interesse. Para avaliação metodológica foi utilizada a ferramenta CONSORT, incluindo os artigos que alcançaram 70% dos critérios neste checklist. Resultados: Cinco artigos científicos foram adequados a todos os critérios de eligibilidade, tendo suas amostras compostas majoritariamente por pacientes do sexo masculino e caucasianos, selecionados por gradação de sintomas depressivos adequada ao diagnóstico de depressão, com base em diferentes escalas clínicas. Conclusão: A psilocibina mostrou, nos desfechos de todos os estudos selecionados, ser uma molécula efetiva e relativamente segura no tratamento de transtornos depressivos, considerando as significativas reduções de sintomas observadas nos pacientes dos estudos, e o seu baixo grau de efeitos adversos. Será essencial a realização de mais estudos abordando esta questão, com maiores amostras de pacientes, para comprovar a efetividade do tratamento e segurança do uso desta molécula.