HTLV e a distribuição dos seus indicadores, no estado da bahia, de acordo com dados oficiais

Abstract

INTRODUÇÃO: A infecção por HTLV e suas complicações podem representar um forte impacto na saúde dos indivíduos portadores desse vírus, estando associadas a repercussões neurológicas e degenerativas graves. Esses casos encontram-se espalhados de forma heterogênea ao redor do mundo, contando com cerca de 10 milhões de pessoas infectadas e, em sua maioria, assintomáticos. Salvador ocupa local de destaque epidemiológico em relação a esta doença e as diferentes variáveis atreladas à transmissão e distribuição dos casos, não só na capital, mas em todo o Estado, são uma importante pauta para estudos científicos. Na última década foi observada uma maior promoção de políticas de saúde pública voltadas para o rastreio, prevenção e assistência desse agravo, fato que refletiu num crescimento expressivo do número de registros de notificações da infecção na região. Dessa forma, torna-se marcante a importância de melhor conhecer o público-alvo e dominar os fatores que impactam nesse mecanismo de transmissão viral para, assim, tentar frear o avanço da doença e promover uma melhor qualidade de vida para a população. OBJETIVOS: Avaliar a distribuição epidemiológica dos indivíduos portadores do vírus HTLV no estado da Bahia no período entre 2010 e 2020, de acordo com as Regiões de Saúde (CIR). METODOLOGIA: Estudo descritivo e observacional com dados agregados disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). As variáveis incluídas no estudo foram: ano de notificação (2010 a 2020); etnia/raça (branco, pardo, preta, amarela, indígena); sexo (masculino, feminino, ignorado) e faixa etária (<1 ano, 1-4 anos, 5-9 anos, 10-14 anos, 15-19 anos, 20-34 anos, 35-49 anos, 50-64 anos, 65-79 anos, 80 e+). RESULTADOS: A maior parte dos registros ocorreu a partir do ano de 2012, com pico de incidência entre os anos de 2016 e 2019. Em relação à distribuição geográfica, a maioria dos casos foi registrada na capital do Estado, entretanto foi possível notar a presença de focos de infecção também na região sul (Vitória da Conquista e Itabuna). Em relação a divisão por sexo foi possível notar uma significativa prevalência de notificações no sexo feminino (75,9%). No âmbito étnico e racial a prevalência de casos está atrelada aos indivíduos declarados pardos e pretos e a faixa etária com maior destaque foi entre 20-34 anos (33,2%). CONCLUSÃO: A quantidade de indivíduos infectados pelo HTLV na Bahia apresentou importante aumento nos últimos anos. Esse aumento está relacionado com variáveis geográficas e epidemiológicas da população alvo, de modo que é necessária a adoçãode medidas governamentais focadas no rastreio e prevenção dessa doença.