Absenteísmo por dorsalgia em servidores do judiciário no período de 2011 a 2020

Abstract

Introdução: O absenteísmo por doença é um fenômeno que se caracteriza pela ausência do trabalhador nos serviços devido à impossibilidade de exercer suas tarefas em função do seu adoecimento. As dorsalgias estão enquadradas como a maior causa isolada de absenteísmo no trabalho. Objetivo: Analisar a incidência de absenteísmo por dorsalgia em trabalhadores do setor judiciário no estado da Bahia, entre os anos de 2011 e 2020. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva com população fixa entre os anos de 2011 e 2020. Foram elegíveis para a pesquisa, os trabalhadores de cargo efetivo, ativos na data base da coorte (01/01/2011). Foram utilizadas variáveis sociodemográficas, ocupacionais, diagnóstico de dorsalgia (CID 10-M54) e duração dos afastamentos. Todos os dados foram fornecidos através de planilhas do Microsoft Excel 2016. A etapa de descrição ocorreu a partir do banco de dados de acordo com a dorsalgia. As análises foram realizadas pelo Excel. Resultados: Dentre os 2666 trabalhadores, 447 (16,82%) tiveram pelo menos um afastamento por dorsalgia, a maior incidência ocorreu no sexo feminino (3,07), entre os indivíduos de 60 anos ou mais (5,15), naqueles com baixa escolaridade que possuem somente o primeiro grau (6,77), nos técnicos judiciários (3,11) e com tempo de serviço acima de 20 anos (4,03). Desses, 214 (47,87%) apresentaram, pelo menos, um segundo afastamento pelo mesmo CID, com maior frequência no sexo feminino (55,61%); faixa etária de 40-49 anos (48,60%); com pósgraduação (42,99%), com tempo de serviço de até 20 anos (67,76%), pertencentes do cargo técnico (71,07%) e com duração de até 5 dias de afastamento (66,82%). A maior incidência de licenças médicas por dorsalgia ocorreu no ano de 2011 (4,06 a cada 100 indivíduos) e em relação a duração de dias dos afastamentos, houve uma diminuição de 0,06% entre os anos de 2011 (5,86) e 2020 (5,50). Conclusão: Houve um alto índice de absenteísmo por dorsalgia na população de servidores do judiciário na Bahia e quase metade dos que tiveram o primeiro afastamento têm recidiva, indicando, assim, eventos incapacitantes e necessidade de prevenção e promoção de saúde, focando nas dorsalgias, para os trabalhadores desse serviço.