Correlação entre os volumes fásicos do átrio esquerdo e a função atrial avaliada pelo strain bidimensional

Abstract

Introdução: A análise da função do átrio esquerdo (AE) é capaz de acrescentar informações prognósticas importantes em diversas cardiopatias. A utilização do strain bidimensional é um parâmetro com boa acurácia para avaliar a função do AE. Entretanto, existe uma escassez dessa tecnologia nos diversos serviços de ecocardiografia, tornando-se necessário a utilização de parâmetros convencionais. Destes, o parâmetro mais comumente utilizado é o volume do AE máximo. Estudos recentes, demonstraram uma correlação mais próxima do volume atrial esquerdo mínimo com a função atrial esquerda. Objetivo: Comparar a acurácia dos volumes fásicos do átrio esquerdo em determinar disfunção atrial esquerda identificada pelo strain bidimensional. Métodos: Trata-se de um recorte de uma tese de doutorado, na área de Medicina/Tecnologia e Intervenção em Cardiologia, do Programa USP-IDPC (USP – Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia) intitulada “Correlação entre o strain bidimensional do átrio esquerdo com os desfechos clínicos da síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST”, realizada em novembro de 2012 a fevereiro de 2017. Foi realizada análise da curva ROC para avaliar a acurácia dos volumes fásicos do AE em identificar os pacientes com disfunção atrial esquerda (strain de reservatório menor que 21%). Resultados: 109 pacientes participaram deste estudo, sendo a idade média de 63 anos ± 11 e a maioria do sexo masculino (73,4%). Às áreas sob as curvas ROC foram respectivamente: 0,833 (volume do AE mínimo indexado), 0,813 (volume do AE mínimo), 0,783 (volume do AE pré onda p), 0,763 (volume do AE máximo indexado), 0,714 (volume do AE máximo). Conclusão: Em nosso estudo, os volumes fásicos do AE tiveram uma boa acurácia em identificar disfunção atrial esquerda pelo strain bidimensional. O volume do AE mínimo indexado foi o volume fásico com maior acurácia.