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Título: Uso de lentes negativas em pacientes com exotropia intermitente e a miopização
Autor(es): CARVALHO, Maria Heloisa Coutinho de
Palavras-chave: Exotropia Intermitente
Miopia
Hipercorreção com Lentes Negativas
Data do documento: 2024
Resumo: Introdução: A exotropia intermitente é um subtipo de estrabismo divergente, caracterizada pelo desvio lateral intermitente de um ou ambos os olhos e é o tipo mais prevalente de exotropia na população pediátrica, possuindo uma prevalência mundial de 0,5% a 1%. Normalmente, o desvio se torna visível, principalmente, quando os pacientes fixam o olhar em um objeto distante ou quando estão fadigados e na maior parte dos casos se apresenta de forma assintomática. O tratamento da exotropia intermitente consiste, a depender do caso analisado, em métodos terapêuticos cirúrgicos e não cirúrgicos. Uma das possíveis terapias é o uso de hipercorreção com lentes negativas para promover a melhora do desvio, contudo esse método vem sendo relacionado em alguns estudos ao surgimento de miopia nesses pacientes. Objetivos: Avaliar a miopização em crianças e adolescentes, entre 4 e 19 anos de idade, com exotropia intermitente em uso de terapia de hipercorreção com lentes negativas e uma possível mudança de conduta frente a esses pacientes. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, analítico, com uma amostra de conveniência estimada entre 40 e 50 prontuários de pacientes entre 4 e 19 anos de idade com exotropia intermitente do Instituto Brasileiro de Oftalmologia e Prevenção da Cegueira na cidade de Salvador/BA, entre os anos de 2009 e 2021. Os pacientes foram separados em dois grupos: grupo em uso de lentes negativas e grupo controle. Foi realizada a coleta das variáveis dos prontuários físicos desses pacientes, que foram armazenadas em uma planilha do Microsoft Excel ® 365 e posteriormente, analisadas estatisticamente através do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS). As tabelas e gráficos foram construídos através do software Microsoft Excel ® 365. Resultados: Foi captado uma amostra de 43 prontuários para análise dos resultados. No grupo submetido a hipercorreção com lentes negativas (n=29) 65,5% dos pacientes são do sexo feminino e 34,5% do sexo masculino, já no grupo controle (n=14) 50% são do sexo feminino e 50% do sexo masculino (Tabela 1). Quanto a idade, no grupo submetido ao uso de lentes negativas a média foi de 7,59 (IC 95%: 6,54 - 8,64), sendo 9 anos a idade mais frequente (27,6%). No grupo controle, a média de idade foi de 10,36 (IC 95%: 8,32 - 12,39), a idade mais frequente foi 8 anos (21,4%) (Tabela 2). A maioria dos pacientes do grupo em uso de lentes negativas (89,7%) e do grupo controle (85,7%) não apresentaram sinais ou sintomas no dia da consulta (Tabela 3). A relação entre erros refracionais prévios e miopia, assim como sexo e miopia não foram estatisticamente significantes em ambos os grupos (Tabelas 8 - 11). Quanto a acuidade visual com e sem correção também não houve mudança significativa depois da miopização no grupo de lentes negativas (Gráficos 1 - 8) e nem no último ano de análise no grupo controle (Tabelas 15 e 16). A relação entre o desenvolvimento de miopia e a terapia de hipercorreção com lentes negativas (n=29) foi evidenciada em 10,3% dos pacientes, p =0,028 (Tabela 12). No grupo controle (n=14), 14,3% vieram a desenvolver miopia em ambos ou um dos olhos (Tabela 7). Conclusão: Foi observado uma associação estatisticamente significante (p =0,028) entre o desenvolvimento de miopia e a terapia de hipercorreção com lentes negativas nos pacientes com exotropia intermitente da população estudada. Dessa forma, levando em conta o atual estudo e a literatura é possível se pensar em uma mudança de conduta em relação a esses pacientes frente ao efeito colateral encontrado, ponderando entre os benefícios e malefícios dessa terapia para essa população.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/8146
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