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Título: Perfil clínico, sociodemográfico e taxa de letalidade por síndrome do conforto respiratório agudo por covid-19 em pacientes hospitalizados com síndrome metabólica - estado da Bahia, 2020-2022
Autor(es): MATIAS, Maria Clara Tanajura Spínola
Palavras-chave: Síndrome Metabólica
Síndrome do Desconforto Respiratório
Agudo Grave
COVID-19
Data do documento: 2024
Resumo: Introdução: A COVID-19, desde sua emergência em Wuhan, China, no final de 2019, representa uma séria ameaça à saúde global, principalmente ao Brasil. A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) é uma complicação grave associada à doença, caracterizada por insuficiência respiratória. A sobreposição de fatores de risco cardiovascular, como na Síndrome Metabólica (SM), pode estar associada a um pior prognóstico da doença. Objetivos: Analisar o perfil clínico e sociodemográfico e mortalidade, de pacientes hospitalizados com SM que desenvolveram SDRA devido à COVID-19 no estado da Bahia, Brasil, entre 2020 e 2022. Metodologia: O estudo adotou um desenho transversal, retrospectivo e descritivo, com abordagem quantitativa e utilização de dados secundários. Foram analisadas notificações de casos de SDRA por COVID-19 na Bahia entre 2020 e 2022. A amostra foi selecionada por conveniência, considerando critérios de inclusão baseados em diagnóstico confirmado de COVID-19 e portadores de SM, além de excluir pacientes residentes fora da Bahia ou com comorbidades específicas. Os dados foram coletados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) e analisados estatisticamente utilizando o software SPSS versão 14.0, com testes de Qui-Quadrado e Mann-Whitney. As variáveis estudadas incluíram características demográficas, clínicas, evolutivas e relacionadas ao suporte ventilatório, sendo expressas em frequências relativas e medianas com intervalo interquartil. Resultados: Entre 2020-2022, de 131.089 casos de SRAG notificados, 82.459 foram confirmados como COVID-19. A amostra final foi de 38.561 pacientes, dos quais 1,4% tinham SM. Os pacientes com SM, predominantemente do sexo feminino (n=295; 56%) e de raça/cor da pele parda (n=281; 53,3%), eram mais velhos, com mediana de 63,00 IIQ (53,0-74,0) anos, enquanto aqueles sem SM, mais jovens, tinham mediana de idade 53,00 IIQ (40-67) e eram do sexo masculino (n=21.379; 56,2%). Os sintomas mais comuns foram tosse, dispneia, febre e desconforto respiratório. Pacientes com SM apresentaram maior prevalência de febre isolada (61,7% vs 59,2%, p=0,040) e tosse (73,4% vs 72,8%, p=0,015), além de maior necessidade de UTI (56,9% vs 38,6%, p<0,001) e suporte ventilatório invasivo (29,4% vs 16,8%, p= p<0,001). A maioria desses pacientes era do Núcleo Regional de Saúde Leste (n=403; 76,5%). A taxa de letalidade foi maior em pacientes com SM (32,6% vs 25,4%, p=0,004), com mais óbitos entre mulheres (59,3% v 43,6%, p<0,001) e pacientes com SM que necessitaram de UTI (88,4% vs 66,5%, p= 0,001) e ventilação mecânica (70,3% vs 49,9%, p<0,001). Conclusão: O estudo encontrou uma associação entre SM e desfechos desfavoráveis em pacientes com SDRA por COVID-19 na Bahia, Brasil. Pacientes com SM mostraram características clínicas distintas, incluindo uma faixa etária mais avançada e predominância de mulheres. A presença dessa síndrome foi associada a maior necessidade de cuidados intensivos, suporte ventilatório invasivo e taxa de letalidade mais elevada em comparação com aqueles não portadores. Isso ressalta a importância de considerar a SM como um fator de risco importante na avaliação e manejo de pacientes com SDRA por COVID-19 e a necessidade de estratégias preventivas e terapêuticas específicas para essa população.
URI: https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/8098
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